Comércio varejista está otimista para a Black Friday

Comércio varejista está otimista para a Black Friday

Eletrodomésticos, eletrônicos e roupas devem ser os itens mais procurados na data

Felipe Samuel

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A Copa do Mundo fora de época e a proximidade do Natal geram expectativa positiva para as vendas do comércio varejista de Porto Alegre na Black Friday, que acontece nesta sexta-feira. Com descontos e promoções preparados para o mês de novembro, muitos lojistas davam os retoques finais na véspera da data nas decorações dos estabelecimentos. De acordo com pesquisa do Sindicato dos Lojistas do Comércio de Porto Alegre (Sindilojas), os produtos mais citados na preferência dos consumidores foram eletrodomésticos, eletrônicos, roupas, calçados, móveis e estofados. 

O gasto médio de compra neste ano deve ser de R$ 1.556,00, o que representa 10,6% superior ao ano passado, que ficou em R$1.407.00. Na véspera da Black Friday, lojas do Centro Histórico decoradas com banners e cartazes buscavam chamar atenção de clientes. Uma loja de eletrodomésticos localizada na rua Doutro Flores registrava movimento intenso na tarde de quinta-feira. O gerente José Augusto Vasconcellos afirma que a realização da Copa do Mundo aumenta a expectativa de vendas. Segundo Vasconcellos, desde o início do mês já se observa crescimento na comercialização de aparelhos de TV. 

“Está todo mundo se preparando para o final do ano, comprando um móvel novo, sofá novo, comprando eletroeletrônico novo, se preparando para botar a cerveja a gelar numa geladeira nova, num freezer novo. A Copa veio agregar muito para nós”, garante. Para Vasconcellos, uma vitória do Brasil tem potencial para impulsionar as vendas de TVs. “Se o Brasil ganhar na quinta-feira, vamos vender muita tela grande na Black Friday, porque muita gente vai querer ver o próximo jogo numa tela grande”, projeta. Apesar da procura por TVs, ele também destaca as vendas de outros produtos, como sofás e geladeiras.

Se as grandes já comemoraram o aumento das vendas antes da Black Friday, estabelecimentos de menor porte esperavam por maior fluxo de clientes. Com movimento fraco desde o início da semana, uma loja especializada em acessórios eletrônicos para aparelhos celulares projetava aumento de clientes na Black Friday. “Reforçamos bastante o estoque nas duas últimas semanas por conta dessa semana da Black Friday. Estamos bem preparados para isso, com ações de divulgação. Inclusive reforçamos o quadro de funcionários”, destaca o vendedor Guilherme Deicke.

Embora o movimento durante a semana tenha ficado abaixo da expectativa, a esperança está nas vendas de aparelhos celulares com preços promocionais. “Tem bastante loja que vende celular no entorno da nossa loja. Talvez com as promoções deles a gente consiga converter bastante em vendas na sexta e no sábado”, afirma. O presidente do Sindilojas Porto Alegre, Arcione Piva, destaca um levantamento realizado pelo Núcleo de Pesquisa e Desenvolvimento da entidade que aponta a intenção de compras para a data. Conforme a pesquisa, 55% disseram que vão fazer compras na data. 

De acordo com Piva, avalia a mudança de data da Copa e a aproximação da Black Friday e do Natal vão garantir boas vendas. “Estamos animados. As expectativas são boas para essa Black Friday, até porque temos vários motivos para ter expectativa positiva. A própria Copa do Mundo ajuda, pois as pessoas têm mais tempo para procurar produtos por conta da liberação dos funcionários nos horários dos jogos”, ressalta, acrescentando que o comércio projeta bons números para o fim do ano. “É um ano diferente, com uma Copa fora de época. Uns acham que atrapalha, eu acho que ajuda o comércio”, completou.

A Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul (FCDL-RS) percebe uma significativa intenção dos consumidores em buscar as lojas físicas para realizarem suas compras, com os clientes se utilizando dos canais digitais para pesquisar preços e negociar a aquisição dos produtos. “Conseguiram fazer a diferença de preço entre venda online e presencial ser cada vez menor. Fatores como a garantia de balcão, as condições reais de verificar e testar o produto antes da compra, o serviço de instalação e montagem de equipamentos mais complexos e o atendimento personalizado são atrativos que também favorecem as lojas físicas”, observa o presidente da FCDL-RS, Vitor Augusto Koch.

Segundo a entidade, em todo o Brasil, a expectativa é de uma movimentação de quase R$ 4,21 bilhões na economia, mesclando os canais físico e digital, enquanto no Rio Grande do Sul pode chegar a casa dos R$ 750 milhões. 

 


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