Com 60% do corpo queimado, sobrevivente de explosão em Porto Alegre recebe alta hospitalar

Com 60% do corpo queimado, sobrevivente de explosão em Porto Alegre recebe alta hospitalar

Rodrigo da Rosa Rufino, de 43 anos, estava internado desde 4 de janeiro; ele passou por sete cirurgias e 27 dias na UTI

Paula Maia

Rodrigo da Rosa Rufino ficou internado desde o dia 4 de janeiro no Hospital Cristo Redentor e passou 27 dias na UTI. Ele realizou sete operações

publicidade

Teve alta, no início da tarde desta sexta-feira, Rodrigo da Rosa Rufino, de 43 anos, queimado na explosão ocorrida em 4 de janeiro no Condomínio Alto São Francisco, no Bairro Rubem Berta, na zona Norte de Porto Alegre. Ele ficou internado no Hospital Cristo Redentor desde o dia do acidente, passou 27 dias na UTI e realizou sete operações.

Emocionado, em uma cadeira de rodas, acompanhado da filha Brenda, ele afirmou que sente gratidão. “Graças a Deus que eu ressuscitei, não foi fácil. Mas eu só tenho a agradecer o atendimento dos médicos e das técnicas. Todo o carinho que eu recebi aqui dentro foi muito grande”, declarou.

Rufino disse que está conseguindo caminhar, e que os exercícios da fisioterapia vão continuar para ele voltar as suas atividades de confeiteiro. Ele também lembrou que fazia apenas três dias que ele tinha se mudado, mas garantiu que é hora de olhar para frente e começar uma nova fase.

A filha Brenda Rufino, de 21 anos, contou que foi a primeira pessoa a chegar no hospital para ficar com o pai e define a alta do seu pai como um milagre.

“Para mim é uma felicidade imensa, por tudo que eu já passei na minha vida foi o primeiro trauma que a gente venceu. O meu pai chegou aqui, a médica disse assim para mim Brenda, só por um milagre, a gente vai fazer o possível, mas é só um milagre e eu disse para ela, então a gente vai ter um milagre.

O médico Luiz Ronaldo Huber, gerente do Hospital Cristo Redentor, ressaltou que o caso foi complexo devido ao quantitativo da área corporal queimada, que atingiu 60% e o comprometimento da árvore respiratória.

"Comprometendo o pulmão, onde é feito as trocas respiratórias, é uma grande dificuldade porque precisa trocar o gás carbônico pelo oxigênio. O pulmão faz as trocas gasosas para nos mantermos vivo”, explicou

Mas o médico afirmou que o paciente teve alta em boas condições. “Hoje está saindo em uma boa condição. O paciente queimado quando atinge 40% da sua superfície corporal as condições de recuperação são pequenas. E acima de 70% são mínimas. Esse paciente teve 60%”, destacou Huber

O gerente do Cristo Redentor lembrou que o hospital é um centro de alta e média complexidade, com tratamento de queimados.

"Nós atendemos um grande quantitativo de pacientes. Em 2022 foram 410 pacientes, em 2023 nós atendemos 500 pacientes de queimados. A média de permanência é de 15 dias”, pontuou.

A explosão ocorrida no início de janeiro ocorreu devido ao vazamento de gás em um fogão do tipo cooktop, localizado dentro do apartamento 303, no bloco 10, do Condomínio Alto São Francisco.

Na data da explosão, o Corpo de Bombeiros Militar foi acionado para atender o vazamento de GLP (gás liquefeito de petróleo). A ocorrência acabou evoluindo para uma explosão que derrubou parte da parede da residência atingida. O acidente deixou nove pessoas feridas, incluindo três soldados.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895