Com danos na agropecuária, São Borja decreta situação de emergência

O prefeito de São Borja, Eduardo Bonotto, assinou o decreto de situação de emergência, após se reunir com dirigentes do Sindicato Rural, da Associação dos Arrozeiros e presidência da Câmara de Vereadores. Os municípios de São Gabriel, Uruguaiana e Alegrete também emitiram o decreto nesta semana. O motivo diz respeito aos prejuízos acarretados pela forte chuva que atinge o Estado. Em São Borja, há casas inundadas, estradas no interior do município e a agropecuária foram afetadas, especialmente a lavoura, depois de chover 395 milímetros nos dez primeiros dias de janeiro, sendo 293 mm somente na quarta e na quinta-feira.

A Emater informa que está plantada toda a lavoura de 65 mil hectares de soja do município. A estimativa é de que pelo menos 10% estejam submersos, provavelmente com perdas irreparáveis. No restante da área, as enxurradas provocaram erosões, carregando a planta, o solo e os nutrientes. Eventual replantio é considerado inviável.  

A unidade do Irga em São Borja confirma que já são grandes e poderão crescer ainda mais as perdas na lavoura do arroz. De uma área plantada de 40 mil hectares, 75% encontram-se em fase reprodutiva (emborrachamento ou enchimento de grão), situação em que as plantas não suportam mais de dois dias submersas. Conforme informações do Irga, mais de 5 mil hectares já estão debaixo d'água.

O técnico Roger Portela diz que o quadro é ainda mais preocupante, porque o rio Uruguai e seus afluentes, que já vêm crescendo, podem ter enchente de grande proporção se forem abertas comportas de hidrelétricas. Outra preocupação é com a previsão de clima de chuva, instabilidade e ausência de luminosidade até o final do mês, fatores que são altamente danosos às culturas orizícolas.