Com perdas de mais de R$ 130 milhões, Caxias do Sul decreta situação de emergência no interior

Com perdas de mais de R$ 130 milhões, Caxias do Sul decreta situação de emergência no interior

Dentre as razões, está a situação crítica da produção rural e criação de animais em função dos danos causados pela longa estiagem

Celso Sgorla

Os prejuízos mais significativos concentram-se em quatro atividades: olericultura, milho, uva e maçã

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A Prefeitura de Caxias do Sul publicou nesta sexta-feira um decreto de situação de emergência na zona rural do município. Dentre as razões, está a situação crítica da produção rural e criação de animais em função dos danos causados pela longa estiagem, presente na cidade desde meados de novembro de 2019. No documento, a Prefeitura registra que a falta de chuvas provocou diminuição considerável da capacidade de exploração das fontes de água potável, implicando em dificuldades de acesso para o consumo humano.

De acordo com levantamento apresentado pela Secretaria da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Smapa), as perdas econômicas superam o valor de R$ 131,2 milhões e quase 69 mil toneladas de diferentes culturas e produção leiteira. Os prejuízos mais significativos concentram-se em quatro atividades: olericultura, com R$ 40,5 milhões; milho, R$ 29,2 milhões; uva, R$ 25,5 milhões; e maçã, R$ 21 milhões. O valor restante, de R$ 15 milhões, está dividido em mais oito atividades. Comparado à expectativa de produção, a maior perda é no milho, com 50%. Nas demais, os índices variam de 15% a 30%. O relatório ainda expõe que 50 propriedades têm problemas para a dessedentação de cerca de 1 mil animais.

O decreto institui uma comissão de acompanhamento das perdas e danos, formada por representantes dos produtores dos setores da agropecuária, dos serviços de assistência privada, das cooperativas, da Secretaria Municipal da Agricultura, Emater, Inspetoria Veterinária, Defesa Civil e Samae.

O documento, que terá vigência de 180 dias a contar desta sexta-feira, foi elaborado a partir de dados apurados pelos subprefeitos, coordenadores dos distritos rurais, técnicos da Smapa e Emater, e entidades representativas dos agricultores.


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