Com R$ 289,7 milhões de prejuízos após as enchentes, Encantado divulga plano de retomada

Com R$ 289,7 milhões de prejuízos após as enchentes, Encantado divulga plano de retomada

Prefeitura local divulgou ações em áreas como Educação, Saúde, Agricultura e Infraestrutura

Felipe Faleiro

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A Prefeitura de Encantado, no Vale do Taquari, divulgou na manhã desta quinta-feira o Recomeça Encantado, considerado um plano de retomada após as enchentes devastadoras do começo de setembro, para setores como Educação, Saúde e Assistência Social, Indústria, Comércio e Serviços, Agricultura, Turismo, Habitação, Infraestrutura e Serviços Públicos. A apresentação foi conduzida pelo prefeito Jonas Calvi, junto ao secretário de Comunicação Institucional do governo federal, Maneco Hassen. 

A Administração contabiliza um prejuízo total de R$ 289,7 milhões, mais de duas vezes superior ao Orçamento municipal, de R$ 129,5 milhões. Na área educacional, 714 alunos de seis escolas municipais chegaram a ser afetados. Por ora, 100% dos estudantes já retornaram às aulas, mesmo em locais diferentes. No caso da EMEI Navegantes, por exemplo, cujo prédio foi destruído, as obras do novo espaço estão em andamento e devem ser concluídas até dezembro deste ano. O local onde fica a escola deverá ser demolido para a construção de um novo espaço público. 

Na EMEI Pequeno Príncipe, os estudantes por enquanto têm aulas em uma casa alugada no Centro de Encantado. Na Saúde, o posto Jacarezinho perdeu todos seus equipamentos, porém já voltou a atender com equipamentos emprestados de outras unidades, e os de Barra do Guaporé e Central tiveram perdas parciais. A Prefeitura instalou uma base de atendimento no parque municipal e todos os postos foram transformados em locais de distribuição de donativos. Também estão sendo feitas, entre outras ações, busca ativa de gestantes para continuidade do pré-natal e monitoramento de pacientes sintomáticos para doenças como hepatite A e leptospirose.

Para as indústrias, comércios e serviços, foi realizado um convênio com o Sebrae, isentas taxas de renovação de alvarás e prorrogação dos mesmos que estavam próximos das datas de vencimento. Na Agricultura, as perdas foram estimadas pela Emater/RS-Ascar em 250 hectares de lavouras temporárias, mais 42 galpões foram perdidos, e apenas em produção agrícola, o prejuízo aferido foi de R$ 1,5 milhão. Horas-máquina e equipamentos para recuperação foram cedidos, e ações de alinhamento com as entidades locais planejados.

No Turismo, todas as 105 empresas do município foram de alguma maneira atingidas; 17 direta e 98 indiretamente. Já nas habitações, Encantado alinhou junto à Caixa um projeto para construir prédios habitacionais no bairro Navegantes, capaz de abrigar 64 famílias, e outras cem unidades em área da União, ambas em áreas não-alagáveis, somando R$ 22,3 milhões. A médio e longo prazo, prevê-se propostas de alteração da forma de ocupação do solo no Plano Diretor do município.

Na área da Infraestrutura, somente em ruas pavimentadas, o prejuízo foi de R$ 450 mil. O município recebeu o gabinete de crise estadual, e cedeu o Castramóvel local para abrigar um hospital veterinário, também para o governo do Estado. Para o futuro, a Prefeitura busca criar duas rotas de fuga, uma na Vila Amazonas e outra no Porto Quinze, somando R$ 5,5 milhões, entre outros projetos.


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