Com recuo do Guaíba e drenagem de alagamento, moradores limpam casas atingidas pela cheia no Guarujá
Estrutura temporária de dique e bombas em arroio do bairro seguirá até que o nível do Guaíba siga baixando
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Um dos pontos que mais sofreu com a cheia de junho na zona Sul de Porto Alegre, o cruzamento das ruas Jacipuia e Oampi, no bairro Guarujá, viu o alagamento secar em poucas horas após o funcionamento de um sistema provisório de bombeamento móvel em um foz do arroio Guarujá, onde também foi aterrado um dique temporário. Após a situação ser normalizada, chegou a hora da volta para casa dos moradores que precisaram sair e a limpeza de ruas, calçadas e pátios.
Nesta sexta-feira, a moradora da avenida Guaíba esquina com a rua Jacipuia, Dilva Thoma, deu sequência à retirada de resíduos e barro trazidos pelo alagamento, que atingiu o pátio e alguns cômodos de sua casa. Desde que voltou para a residência, na quinta-feira, já foram mais de 20 sacolas de lixo. Ela também destacou o forte cheiro de esgoto que ficou impregnado na região após a cheia dos últimos dias.
“Ficou sujeira em todo o pátio e em parte da casa. Já saíram mais de 20 sacolas e ainda vão sair muitas outras. Tem de tudo, galho, folha e, principalmente, barro e esgoto. O cheiro disso é muito ruim. Está sendo difícil voltar para casa. Já foi complicado sair daqui no domingo (dia 29) com meus oito cães e está sendo muito difícil voltar. Tem lodo por toda a parte”, contou Dilva.
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Ela conta que a água só não invadiu mais áreas dentro da casa pois construiu pequenos muros nas portas dos cômodos mais baixos do imóvel após a enchente histórica de maio de 2024. A parte da casa que alagou desta vez não está sendo utilizada desde a tragédia do ano passado. Além da limpeza em casas, equipes do Departamento Municipal de Limpeza Urbana (Dmlu) também realizam serviços nas ruas atingidas e na praça Zeno Simon, a orla do bairro Guarujá.
No local, uma equipe do Departamento Municipal de Água e Esgoto (Dmae) também atuava na estrutura temporária com dique e bomba móvel. A previsão é de que os equipamentos sigam instalados na foz do arroio Guarujá, que é responsável pela drenagem por gravidade de parte do bairro, até que o nível do Guaíba recue cerca de 1 metro.
Na tarde desta sexta-feira, o nível estava em 2,27 metros na régua do Cais Mauá, no Centro Histórico. Em outros pontos das regiões Sul e Extremos Sul de Porto Alegre, o Guaíba seguia alto. No Belém Novo, a cheia ainda cobre parte da orla, com pontos de alagamento nas proximidades da área de brinquedos infantis e churrasqueiras.