Com royalties do petróleo, Gravataí diminui valor da tarifa do transporte público

Com royalties do petróleo, Gravataí diminui valor da tarifa do transporte público

Através do Programa Pro-Coletivo, a prefeitura reduziu o valor da passagem de R$ 4,80 para R$ 3,75

Felipe Samuel

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Com orçamento reforçado por recursos dos royalties do petróleo, o município de Gravataí, na Região Metropolitana, investe parte dos R$ 1 milhão que recebe por mês para custear o transporte coletivo. Através do Programa Pro-Coletivo, que estabelece uma série de regras e medidas, a prefeitura reduziu - em 1º de janeiro de 2022 - o valor da passagem de R$ 4,80 para R$ 3,75.

Ao vencer recurso na Justiça para elevar o pagamento referentes aos royalties do petróleo - que são uma compensação financeira paga pelas empresas que produzem petróleo e gás natural à União, às unidades federativas e municípios -, o prefeito Luiz Zaffalon (MDB) viu a receita dos royalties saltar de R$ 100 mil para R$ 1 milhão por mês. "Usei esse dinheiro, um dinheiro novo que entrou, pra quebrar um círculo vicioso", explica.

Zaffalon revela que o 'segredo' para reduzir a tarifa aos usuários foi subsidiar o transporte coletivo, uma vez que a pandemia impactou o sistema de transporte e reduziu o número de passageiros. "Diminuímos o preço da passagem com esse recurso novo que entrou e aumentou o número de passageiros. Com isso, aumentou o número de pessoas com quem eu divido a conta e, com isso, vou melhorando o sistema de transporte", destaca. A prefeitura agora recebe R$ 12 milhões por ano com os royalties.

O projeto, segundo Zaffalon, criou um 'círculo virtuoso' e resultou na elevação de 30% do número de passageiros desde o começo deste ano. "Vai aumentar mais porque eu ainda pretendo, com o tempo, se isso se manter, reduzir ainda mais a passagem. Hoje eu consigo fazer concorrência, por exemplo, com os aplicativos em pequenos trajetos", garante, em visita ao Correio do Povo, onde foi recebido pelo diretor-presidente do Correio do Povo, Sidney Costa, e o diretor-presidente da Rádio Guaíba, Jefferson Torres.

Zaffalon reconhece que subsidiar o transporte coletivo é uma forma de reduzir o valor da passagem. "Não tem como fugir da questão e de custear realmente para podermos reduzir a passagem. A nova realidade do transporte público no Brasil, acho que no mundo todo, vai funcionar com subsídio. O problema é fazer esse subsídio render e mantê-lo fixo", observa.

Ele defende a redução das gratuidades e do fim dos cobradores. "O passageiro é que sustenta o sistema", completa. "Com mais produtividade e qualidade no sistema, tu levas mais passageiros para o sistema", finaliza.


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