Com um dia a mais, 244ª Feira do Peixe termina com expectativa de vender 500 toneladas de pescados

Com um dia a mais, 244ª Feira do Peixe termina com expectativa de vender 500 toneladas de pescados

Evento no Largo Glênio Peres chegou a funcionar até meia-noite na quinta, atendendo a demanda dos feirantes

Felipe Faleiro

Último dia da 244ª Feira do Peixe

publicidade

A 244ª Feira do Peixe terminou nesta sexta-feira em Porto Alegre com vendas e movimento de público superiores às do ano passado, não apenas em razão de o evento em 2024 ter um dia a mais, inaugurando na segunda-feira, mas pelo próprio estímulo dos consumidores, conforme disse o secretário municipal de Governança e Coordenação Política (SMGOV), Cássio Trogildo. Até quinta-feira, às 22h, haviam sido comercializadas 492 toneladas e mais de 500 mil pessoas haviam passado pelo Largo Glênio Peres, no Centro Histórico, onde houve o evento.

Em 2023, as vendas foram de 355 toneladas, e o público, de 300 mil visitantes. “A expectativa da [colônia de pescadores] Z-5 é que devam ser ultrapassadas as 500 toneladas”, afirmou Trogildo, indicando ainda que a feira poderia se estender por mais algumas horas, além do horário das 13h previsto para o encerramento. Na quinta, ela foi até à meia-noite. Ainda pela manhã de hoje, havia a tradicional fila para garantir os últimos pescados, como a tainha na taquara, sempre visada pelos consumidores.

O presidente da Z-5, Gilmar Coelho, disse acreditar que o incremento de pessoas se deu, em parte, pela melhoria da infraestrutura geral para os feirantes e visitantes. “Acredito que a feira esteja retornando ao patamar pré-pandemia. Temos muito peixe de qualidade, muita gente comprando peixe assado, consumindo aqui mesmo, então tudo foi bom”, afirmou ele. Em 2023, Coelho disse que chegou a levar embora peixes não-comercializados ao final da feira, e, em 2024, já no penúltimo dia não havia mais para venda.

A banca da Z-5 precisou, assim, incrementar o número de unidades. Em geral, os feirantes avaliam isto de forma positiva, após um ano complicado em razão das históricas enchentes que assolaram a região das ilhas da capital, onde vive a maioria dos comerciantes, e prejudicaram suas casas e negócios. Conforme Trogildo, a Prefeitura aportou R$ 400 mil em recursos no evento deste ano, sendo R$ 370 mil na estrutura e R$ 30 mil do Orçamento Participativo.

A pescadora Vanusa Kaiper participa com a família há 12 anos da Feira do Peixe, e contou que a residência dela, na Ilha das Flores, foi uma das afetadas, chegando a inundar na ocasião. “Está sendo muito bom porque conseguimos nos recuperar, assim”, avaliou ela, dizendo que, apesar de ainda haver peixes como carpas, jundiás, entre outros, à venda, eles estavam sendo adquiridos rapidamente.

A cabeleireira Nádia Lopes e seu marido, o pintor Leonardo Sales, são moradores do bairro Vila Nova, na zona Sul de Porto Alegre, e fizeram parte dos consumidores que buscaram pescados ontem pela manhã na feira. “Nos outros dias não conseguimos vir. Na realidade, estamos conhecendo hoje o evento e gostamos da estrutura daqui. É algo organizado, apesar do grande número de pessoas”, afirmou Nádia.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895