Começam coletas para realizar as medições de monitoramento do rio dos Sinos

Começam coletas para realizar as medições de monitoramento do rio dos Sinos

Objetivo é ampliar a rede de informações sobre a bacia hidrográfica

Stephany Sander

Será possível monitorar de que forma a água entra no território dos municípios e como ela sai dele

publicidade

Com o objetivo de ampliar a rede de informações sobre a bacia hidrográfica do rio dos Sinos, o Consórcio Pró-Sinos trabalha desde o início deste ano, no Projeto de Monitoramento Espacial. Serão reunidos em uma plataforma digital, dados de alguns parâmetros quantitativos e qualitativos que serão úteis a diversas finalidades. Com o acompanhamento mensal desse conjunto de parâmetros, será criada uma série histórica que permitirá um conhecimento maior sobre o comportamento das águas recolhidas na bacia e que chegam ao Rio dos Sinos.

A primeira campanha de medição de parâmetros qualitativos e coleta de amostras foi feita neste mês, em 24 pontos de 16 cidades que compõem a bacia hidrográfica do manancial. Em breve, a partir de um software que está em desenvolvimento, os dados estarão disponíveis e poderão auxiliar gestores no planejamento, na fiscalização e nas ações de emergência e contingência.

Segundo a diretora-geral do Pró-Sinos, Jéssica Madril, com o monitoramento mais detalhado será possível conhecer a qualidade da água do rio dos Sinos e identificar riscos ao ecossistema da bacia e do rio, o que, por consequência, também afeta as populações que dele se abastecem. "Esse conhecimento poderá, por exemplo, oferecer embasamento para atitudes que evitem o desabastecimento em épocas de estiagem, ou promover a remoção de comunidades sob risco com antecedência, em casos de previsão de inundação, por exemplo, entre outros benefícios", diz Jéssica.

Já de acordo com o diretor-técnico do Pró-Sinos, Hener de Souza Nunes Júnior, o projeto pretende reunir dados coletados em diversas fontes, e apresentá-los como informação que, por sua vez, dará suporte a ações gerenciais. “Estamos iniciando o processo de busca e organização destes dados. A geração de informações virá em seguida, com a utilização destas informações por meio da plataforma em desenvolvimento”, esclarece Hener.

Inicialmente, o projeto contempla o acompanhamento de nove parâmetros qualitativos que constituem o chamado Índice de Qualidade da Água (IQA): temperatura, pH, oxigênio dissolvido, sólidos totais, demanda bioquímica de oxigênio, coliformes termotolerantes, nitrogênio total, fósforo total e turbidez. “É um conjunto de parâmetros que possuem valores limites, como quando fazemos um exame clínico laboratorial. Esses valores são colocados em uma fórmula que gera o IQA que, por sua vez, produz um indicador da qualidade da água como um todo. Mais adiante, deveremos acompanhar outros parâmetros, conforme forem solicitados pelos usuários”, destaca o diretor-técnico.

Já em relação aos parâmetros quantitativos, ele explica que no projeto será feito o acompanhamento do nível do rio em alguns pontos, tornando possível calcular a vazão. Também serão controladas as quantidades e a distribuição de chuvas na bacia para permitir o conhecimento de como elas influenciam o comportamento do rio, dados que permitirão manter o controle das cheias e das estiagens, assim como o planejamento de ações para minimizar estas situações extremas.

Os 24 pontos de coleta são distribuídos nos municípios de Caraá, Santo Antônio da Patrulha, Rolante, Riozinho, Taquara, Três Coroas, Igrejinha, Canela, Campo Bom, Novo Hamburgo, São Leopoldo, Sapucaia do Sul, Portão, Esteio, Nova Santa Rita, e Canoas, em locais que utilizam o rio como seu coletor de efluentes. Assim, será possível monitorar de que forma a água entra no território do município e como ela sai dele.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895