Comerciantes projetam aumento da procura por produtos para a Páscoa

Comerciantes projetam aumento da procura por produtos para a Páscoa

No Mercado Público, consumidores buscavam bacalhau e ovos de chocolate

Felipe Samuel

Por conta da Semana Santa, bancas registram aumento de movimento

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Às vésperas da Páscoa, a busca por ingredientes para a comemoração da Semana Santa movimenta lojas e supermercados da Capital. Apesar dos preços elevados, a população vem se desdobrando para garantir as tradicionais receitas de peixe que marcam a data. No Mercado Público, a procura por bacalhau e ovos de chocolate se intensificou ontem, com muita gente enfrentando filas para comprar os produtos. 

O ótico prático Antônio Carlos Borges Ribeiro se deslocou no início da tarde até o Mercado Público para comprar um bacalhau e assegurar a refeição da família na Páscoa. “Vamos fazer um pratinho e acrescentar junto com o povo que vai levar o resto, porque se não fica tudo peixe igual”, observa. Ribeiro afirma que vai passar a data com a família em Caçapava do Sul. “A minha esposa prometeu levar bacalhau para eles conhecerem, porque não estão acostumados a comer”, destaca.

Para Ribeiro, o preço do quilo produto é elevado. “E ainda vou comprar azeitonas e catupiry”, reclama. Na banca do Holandês, onde adquiriu o bacalhau, o valor do quilo parte de R$ 78,00. O bacalhoeiro Daniel Josué Abreu de Souza explica que o movimento na banca está bom, apesar do aumento dos valores. Ele atribui a elevação a fatores como a Guerra na Ucrânia e Covid-19. “É um produto importado do Atlântico Norte, das águas gélidas, e tudo isso impacta nos valores”, afirma.

Mesmo com preços mais salgados, ele explica que a população tem alternativas. “O pessoal está se virando, pegando em menor quantidade. Mas é um produto legal de conhecer, recomendo para todo mundo conhecer o sabor dos bacalhaus”, explica. Ele destaca os diferentes tipos de bacalhau. “Tem o verdadeiro Gadus morhua, que é o crème de la crème, conhecido no Brasil como do Porto, vem da Noruega. É o mais nobre, solta pétalas, é bem legal”, ressalta.

Ele cita ainda o Ling, que é um bacalhau para desfiados, o Saithe, que é da mesma família, e o Zarbo, que é pouco vendido no Brasil. “Com essa variedade, todos os públicos podem comprar o produto, desde os mais caros aos mais em conta”, observa. “O movimento está acima do esperado”, completa. Na banca 81, o proprietário Leolino José Pappen acompanhava o movimento do público, que formava filas para comprar chocolates.

Da entrada da banca, observava a filha Jane Roberta, que trabalhava sem parar no caixa da loja. “Estou afastado há quatro anos, vim dar uma força para minha filha. Ontem ela vendeu bem, ficou satisfeita. Hoje movimento está bom de novo. Essa semana vai ser boa, mas claro que anos atrás a gente vendia muito mais”, reconhece. Para Pappen, a pandemia impactou as vendas. “Produtos que a gente vendia mais, não vendemos tanto. E produtos que a gente vende bastante hoje, não vendíamos naquela época. Mudou bastante, mas está dando para pagar as contas”, resume.

 


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