Comerciantes reclamam de falhas nas obras de revitalização do Quadrilátero Central

Comerciantes reclamam de falhas nas obras de revitalização do Quadrilátero Central

Proprietários criticam disposição das bancas de frente para a via

Felipe Samuel

Floristas devem ocupar bancas da avenida Otávio Rocha apenas na próxima semana

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Duas semanas após se instalar na avenida Otávio Rocha, comerciantes reclamam de problemas de infraestrutura do local, como calçadas desniveladas, falta de luz na via e bancas dispostas de frente para a via, o que desagradou proprietários de bancas de revistas. Com máquinas operando por todos os lados, a região se transformou num canteiro de obras intermináveis, o que acaba afastando os consumidores e afetando as vendas dos pequenos comerciantes instalados no local.

Proprietária de uma banca de revistas, Simone Vargas afirma que as obras prejudicam o acesso do público. “A coisa não está certa ainda, tem barulho do lado. A luz da rua a gente só foi receber na semana passada. Ficamos uma semana sem luz na rua, o que deixava uma escuridão nessa quadra. Por conta disso, às 17h a gente fechava a banca, porque é perigoso. Normalmente ficamos até 19h, mas começa a escurecer e fica perigoso, porque o acesso das pessoas já diminuía bastante”, afirma.

Conforme Simone, por conta desse cenário, as vendas estão abaixo do esperado. “A disposição das bancas ficou ruim, porque da forma que colocaram, viradas para a rua, o pessoal não está acostumado. O público está acostumado com ela virada para frente da Vigário José Inácio ou para a Marechal. O negócio está bem difícil, porque a gente achou que ia ser uma coisa e está sendo totalmente diferente. Tem muita máquina trabalhando, muita coisa para ajustar”, destaca.

Ao se instalar no início de junho, ela destaca que foi obrigada a trabalhar os dois primeiros dias sem luz na banca. Está todo mundo reclamando. “As vendas caíram pra caramba. Mesmo com as reformas, não tem nada pronto, nada, eles começam as coisas e não terminam. Eles têm que dar um jeito para que as coisas melhorem, porque a gente que é comerciante precisa vender para se manter e isso não está acontecendo”, sustenta. “Em dia de chuva isso aqui é um caos, é um horror”, relata.

Outros comerciantes, que preferem não se identificar por receio de represálias, também reclamam da falta de diálogo com a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura (Smoi). Mesmo com autorização da Smoi para as bancas de floristas retornarem ao local, os proprietários devem iniciar os trabalhos apenas na próxima semana. O florista Carlos Humberto Kessler explica que alguns colegas precisam fazer algumas adaptações nos espaços.

“Todos têm detalhes para ajeitar, problemas para ser resolvidos. Alguns problemas a prefeitura vai resolver, outras são espaço interno que a gente quer resolver”, explica. “Não estamos 100% satisfeitos”, completa. Divididos em quatro quiosques, cada um poderá abrigar até 4 floristas, totalizando 16 estandes. “Devemos começar ocupar com ajuda de um caminhão da prefeitura, que estará à disposição só no sábado. Somos obrigados a deixar a área limpa”, afirma. A Smoi informa que os floristas tem 90 dias para retornar ao local.


Correio do Povo
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