Comissão discute alternativas para o gerenciamento de resíduos em Porto Alegre

Comissão discute alternativas para o gerenciamento de resíduos em Porto Alegre

Reunião ocorreu nesta terça-feira na Comissão de Economia da Câmara de Vereadores

Felipe Samuel

Vereadora Biga Pereira lembrou que Porto Alegre já foi referência em reciclagem

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O gerenciamento de resíduos em Porto Alegre foi tema de reunião nesta terça-feira da Comissão de Economia, Finanças, Orçamento e do Mercosul (Cefor) da Câmara de Vereadores. Entre os problemas apontados na reunião estão a ação de recicladores informais e a baixa remuneração para catadores. Vice-presidente da Cefor e proponente da pauta, vereadora Biga Pereira (PCdoB) afirma que a comissão vem recebendo reclamações sobre a coleta do lixo. Ela lembra que a Capital já foi referência em reciclagem na década de 1990.

“Esse é um debate nacional de como as comunidades, as sociedades, dão conta de reciclar o seu lixo e também saber onde colocar o lixo orgânico e como reaproveitar esse lixo orgânico. E tem experiências maravilhosas, mas não é o nosso caso. Porto Alegre já foi outrora uma referência da coleta de lixo, mas deixou de ser, e isso nos preocupa”, alerta. “Recentemente a prefeitura rescindiu o contrato com a com a empresa terceirizada da coleta. E temos bairros que não estão recebendo a coleta. A sociedade não sabe como fazer a separação dos resíduos”, diz.

Adjunto da Secretaria Municipal de Serviços Urbanos, Vitorino Baseggio explica que a prefeitura enfrenta a concorrência da reciclagem clandestina. E reconhece que o índice de reciclagem é de 4,5%, abaixo da melhor marca obtida da Capital de 7%. “Há dois anos a gente tem feito buscas ativas em parceria com o pessoal das Unidades de Triagem tentando melhorar o percentual do recolhimento do reciclado”, observa. Ele rebate as comparações com a década de 1990, quando o índice era superior. “Se alguém colocar resíduo na rua cinco minutos antes da coleta seletiva, alguém vai levar. É diferente do que acontecia no início daquela década”, completa.

A presidente do Centro de Triagem da Vila Pinto, Ana Paula Medeiros, garante que a prefeitura optou por fazer um acordo com as pessoas que trabalham com reciclagem informal. “Esses trabalhadores se concentram principalmente nas ilhas, onde hoje está disposto um contêiner de rejeito, com dinheiro público, sem que essas famílias ofereçam qualquer retorno para o município. Dentro deste acordo, estava previsto que eles cessassem a coleta informal no município de Porto Alegre, o que obviamente todo mundo, ao sair da sua residência, observa que não acontece. É um acordo que foi feito sem estratégia alguma e que não está dando certo”, afirma.

 


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