Conferência Municipal debate direitos da criança e do adolescente de Porto Alegre

Conferência Municipal debate direitos da criança e do adolescente de Porto Alegre

Evento reuniu mais de 900 pessoas no primeiro dia, no Instituto Mon't Serrat

Kyane Sutelo

Abertura do evento reuniu representantes de diversos setores da sociedade voltados aos cuidado com as crianças e adolescentes

publicidade

Jovens e adultos se reuniram na 12ª Conferência Municipal dos Direitos da Criança e do Adolescente de Porto Alegre, que começou nesta terça-feira e segue até a quarta, aberta ao público. O objetivo é debater temas como saúde, educação, lazer e garantia de direitos. O encontro acontece no Instituto Mon’t Serrat, no bairro Navegantes, com foco na temática “A situação dos direitos humanos de crianças e adolescentes em tempos de pandemia de Covid-19: violações e vulnerabilidades, ações necessárias para a reparação e garantia de políticas de proteção integral, com respeito à diversidade”. Mais de 900 pessoas passaram pelo local só no primeiro dia, conforme a organização, superando as expectativas.

O evento é organizado pelo Conselho Municipal da Criança e do Adolescente (CMDCA), com o apoio da Secretaria Municipal de Desenvolvimento Social, do Fórum de Entidades, e de Organizações da Sociedade Civil envolvidas com a causa, além do Instituto Mon’t Serrat. A presidente do Conselho, Caroline Aguirre, destacou que foram dois anos em que essa parcela da sociedade foi mais afetada e é preciso pensar em como reduzir esse impacto. "Nós tivemos um aumento muito grande de trabalho infantil da cidade, nós tivemos um momento muito grande da fome na cidade. A vulnerabilidade ficou cada vez maior. Então, como a gente pode ajudar a fazer ações de políticas públicas pra que essa criança e esse adolescente possa também ser protagonista?", afirmou Caroline, que representa no CMDCA o Centro de Atendimento Integrado Morro da Cruz, também conhecido como creche comunitária Topo Gigio.

A estudante de 14 anos Sarah Julia Thomaz Corseuil é uma das delegadas municipais a participar do evento. A representante da Associação Beneficente Amurt-Amurtel, da zona Sul de Porto Alegre, foi escolhida em votação, na pré-conferência. A jovem aponta a relevância de ter sua geração ouvida. "Quem melhor pra falar do que um adolescente? Acho que é muito importante darem esse espaço para o adolescente, para ele poder realmente se expressar. Muito adolescente que é quieto, intimizado, porque na infância não aprendeu a se expressar. Então é muito bom as crianças estarem aqui pra elas aprenderem o que elas realmente querem né? As vontades delas os problemas que elas vão acabar enfrentando isso é muito importante elas também".

A programação conta com atividades culturais, palestras e as discussões, que foram divididas por eixos. Entre os temas abordados estão: a garantia dos direitos de crianças e adolescentes no contexto pandêmico e pós-pandemia, o enfrentamento das vulnerabilidades resultantes desse período, a ampliação da participação de crianças e adolescentes na discussão de políticas públicas na pandemia, a participação da sociedade no controle social dessas políticas e a garantia de recursos para executá-las, após a pandemia. Hoje os grupos definem propostas para encaminhar à Conferência Estadual dos Direitos da Criança e do Adolescente. Além disso, serão eleitos 6 adolescentes e 3 adultos como delegados no encontro estadual.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895