Connex destaca Pacto Pelotas Pela Paz

Connex destaca Pacto Pelotas Pela Paz

Paula Mascarenhas destacou os avanços no combate a violência desde que a iniciativa foi implantada na cidade em 2017

Angélica Silveira

Prefeita Paula Mascarenhas fala sobre a inciativa que reduziu os índices de violência em Pelotas

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Na noite de quarta-feira em um teatro Guarany lotado, o Connex foi aberto oficialmente com autoridades como o Governador Eduardo Leite, que destacou o programa RS Seguro. “A segurança pública é a primeira razão de ser do Estado, é pela qual as pessoas abrem mão de parte de suas liberdades para viver em paz”, destaca. Após a abertura oficial, o general e ex-vice-presidente da Colômbia, Óscar Naranjo, que foi responsável pela coordenação do trabalho de combate aos carteis do tráfico apresentou o exemplo de seu país. “As Farc haviam se convertido em uma máquina de terror, que era intocável, mas depois que neutralizamos o chefe da guerrilha, demos inicio a mediação da paz”, conta.

O segundo dia do Connex começou com o painel sobre Caminhos para a Constituição de uma Política Pública de Segurança e Prevenção das Violências- As boas práticas em municípios da América Latina, com o ex-prefeito de Palmira, na Colômbia, Oscar Escobar. Ele contou que 80% dos homicídios acontecem em cidades como a deles e em países onde não há conflito. ‘O tráfico causa quatro vezes mortes que as guerras e o principal objetivo é que o número de mortes reduza em 50% até 2030 e cidades como Pelotas mostram que isto é possível”, observa.

A Consultora do Banco Mundial, Flávia Carbonari mediou o painel. Ela que há 10 anos mora em Rosário, na Argentina observa que casos que não deram certo também são importantes na análise sobre o que fazer. Ela conta que quase não chegou em Pelotas, por conta da guerra do Governo daquele país com os traficantes. “Semana passada o Governo anunciou uma série de medidas nos presídios. Como resposta as facções se uniram e começaram a matar inocentes, ou seja as medidas não deram certo e quase não consegui chegar tamanho o esquema de segurança e a dificuldade de chegar ao aeroporto”, relata. A América Latina tem 8% da população mundial e é a região mais violenta do mundo. Para tentar resolver isto, as cidades passaram a se envolver mais, olhar a segurança pública como direito do cidadão não só como questão de polícia. “Isto fortalece o papel da cidade na prevenção. Em todas as 10 cidades que conseguiram reduzir os índices havia liderança política”, destaca.

O ex-prefeito lembrou que Palmira reduziu 40% dos homicídios em 17 anos. O antropólogo Santiago Uribe destacou o caso de Medellin. “É um município que tem conexões com a América Central e faz parte das 100 cidades resilientes. Quem conhece Medellin lembra logo de Pablo Escobar”, observa. Ele conta que de1991 ( época que Escobar, comandava o tráfico) o número de homicídios reduziu drasticamente naquele lugar. Naquele ano 6349 perderam a vida e em 2022 319. “Vitímas da violência são mulheres, jovens e empresários. Uma cidade violenta não é competitiva nem produtiva”, opina.

Após foi realizado também no Clube Caixeiral o painel Caminhos para a Constituição de uma Política Pública de Segurança e Prevenção às Violências. Na oportunidade a Prefeita de Pelotas, Paula Mascarenhas mostrou os dados do Pacto Pelotas pela Paz. Ela lembra quando falou com o Fundador e Diretor Executivo do Instituto Cidade Segura, Alberto Kopittke. “Falamos sobre os projetos, planos de governo para uma Pelotas mais segura e o procurei, ele que era secretário de Segurança de Canoas em um governo do PT, enquanto me elegi pelo PSDB,. Fizemos quase 100 reuniões preparatórias antes de lançar o Pacto em 2017”, lembra. Já o Diretor do Instituto lembrou que os programas que constroem Pactos pela Paz já foram realizados em diversas cidades e construíram soluções. “Tem que ter liderança política, equipe gestora qualificada, integração entre instituições, engajamento social, entre outros”, enumerou.


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