Conselho Regional de Medicina abre sindicância para investigar morte de bebê

Conselho Regional de Medicina abre sindicância para investigar morte de bebê

Criança recebeu leite na veia enquanto estava internada em hospital de São Leopoldo

Stephany Sander

A instituição informou que está aberta ao diálogo

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O Conselho Regional de Medicina do Rio Grande do Sul (Cremers) informou nesta quinta-feira, durante coletiva em São Leopoldo, que vai abrir sindicância sobre o caso da morte do bebê Miguel de Oliveira no Hospital Centenário. O menino morreu no último domingo, com sete dias, após ter recebido leite na veia em razão de suposto erro. O delegado regional interino do órgão, Carlos Arpini, afirmou que, independentemente de não haver participação de um médico no ato, vai abrir a sindicância, juntamente com a Polícia Civil e a Comissão de Ética do Hospital Centenário.

Segundo Arpini, uma das médicas que estava de plantão no dia e trabalha há 25 anos na casa de saúde foi afastada, mas o Cremers pede a reversão desse quadro. "A médica foi avisada 1h20min após o erro ter sido cometido e percebido por uma profissional que estava trabalhando havia 10 dias no Centenário e já estava em um dos setores mais críticos do hospital que é a UTI Neonatal”, disse.

Com o atestado de óbito do bebê em mãos, ele lamentou o fato em nome do conselho e destacou que a morte foi ocasionada devido a uma quantidade de 35 mililitros de leite administrada no acesso venal, e não nasal do bebê. “São acessos completamente diferentes, um no nariz da criança e o outro no braço”, salientou. O leite teria sido administrado por uma técnica em Enfermagem.

A Polícia Civil investiga se houve negligência no caso e aguarda a conclusão do laudo da perícia para finalizar o inquérito. O hospital instaurou sindicância e afastou a equipe que estava de plantão na UTI Neonatal atendendo a criança. Em nota, a direção do Centenário afirmou que não tem conhecimento sobre a ação que o Cremers anunciou, não tendo sido notificada. A instituição se diz aberta ao diálogo e ao acompanhamento dos Conselhos das categorias às ações que já está executando em relação ao caso.

Familiares protestam

Na quarta-feira, familiares protestaram em frente à casa de saúde. Segundo a mãe, Joceli Alves de Oliveira, mais ações estão programadas. “Queremos que o caso dele não seja esquecido e por isso vamos fazer uma caminhada no sábado’, diz ela, que também deu à luz uma menina. Os gêmeos nasceram prematuros, mas Miguel ficou internado por mais tempo para ganhar peso.  



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