Convênio garantirá água com melhor qualidade no Vale do Rio Pardo

Convênio garantirá água com melhor qualidade no Vale do Rio Pardo

Medida viabiliza a ampliação do projeto desenvolvido para reduzir o nível de flúor na água de poços artesianos

Otto Tesche

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Com o objetivo de garantir água potável para maior número de pessoas, representantes do governo do RS, da Universidade de Santa Cruz do Sul (Unisc) e da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) assinaram um termo de cooperação na manhã desta sexta-feira. A medida viabiliza a ampliação do projeto desenvolvido pela instituição universitária para reduzir o nível de flúor na água de poços artesianos, que abastecem localidades da região.

O secretário adjunto de Obras e Habitação do Estado, Giovane Wickert, afirma que a região é muito atingida por essa situação que deixa comunidades reféns de água imprópria para o consumo humano. “Estamos caminhando para uma solução prática, sustentável e viável economicamente”, destaca.

O diretor de Pesquisa e Pós-graduação da Unisc, Adilson Ben da Costa, confirma que a região tem problemas com excesso de flúor. “Prefeituras e cidadãos trazem amostras para avaliação e percebemos número excessivo”, disse. Ele também reforça a dificuldade de remoção, sobretudo pelo alto custo de métodos que já haviam sido propostos e observa que nos últimos anos a instituição chegou a uma solução economicamente viável.

A colocação dos primeiros protótipos ocorreu em residências de Restinga Seca. Também houve o encaminhamento de kits para Novo Xingu. Mas esses modelos são destinados para consumo direto, que é água para beber e preparar alimentos. Adilson da Costa explica que o projeto agora se volta ao sistema de distribuição, onde a água sai do poço, vai para o reservatório e, entre este e a residência, é tratada. O modelo exige mais tecnologia porque é automatizado, em função da grande demanda, pois servirá para abastecer comunidades.

O superintendente regional da Corsan, José Roberto Epstein, prevê o investimento de aproximadamente R$ 500 mil. O custo de um poço pode chegar a R$ 100 mil, mas, conforme Epstein, muitas vezes no momento de captar a água se percebe que ela não é potável. Na região, municípios como Santa Cruz do Sul, Vera Cruz, Venâncio Aires, Rio Pardo e Cachoeira do Sul têm registros de sistema hidrogeológico muito rico em flúor, naturalmente. O excesso de flúor pode ser causador da fluorose dentária, que é uma doença que afeta os dentes e que se desenvolve durante a sua formação, em especial, nas crianças.


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