Corsan elabora plano de gerenciamento de resíduos

Corsan elabora plano de gerenciamento de resíduos

Primeira fase do projeto revela mais de 80 tipologias de resíduos gerados em 659 unidades da empresa

Felipe Samuel

Liliani afirma que as empresas de saneamento têm obrigação legal de fazer um plano de gerenciamento de resíduos

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Com foco no tratamento adequado dos resíduos gerados nos sistemas de abastecimento de água (SAA) e de esgotamento sanitário (SES), a Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) desenvolve um Plano de Gerenciamento de Resíduos Sólidos (PGRS). A primeira fase do projeto revela a existência de mais de 80 tipologias de resíduos gerados em 659 unidades da empresa. Com a etapa inicial concluída, o desafio agora é validar o modelo de PGRS junto aos órgãos estaduais.

A diretora de Meio Ambiente e Sustentabilidade da Corsan, Liliani Cafruni, explica que a ideia é desenvolver um projeto que envolva todos os sistemas, ao invés de trabalhar com licenças segmentadas para cada unidade. Diante desse cenário, a empresa firmou parceria com o Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (Senai-RS), que promoveu os treinamentos dos funcionários. “Não queríamos mais trabalhar de maneira segmentada, mas num projeto macro de toda companhia”, afirma.

Mesmo com a privatização da Corsan, Liliani afirma que o projeto deixa um legado importante. “Qualquer empresa de saneamento tem obrigação legal de fazer um plano de gerenciamento de resíduos. Identificamos mais de 80 tipologias, algo que a companhia nunca tinha identificado. Temos hoje diagnóstico de mais de 600 unidades. Isso é um legado para a nova empresa”, avalia. Ela destaca que a companhia conta com 10 superintendências, o que explica as diferentes tipologias de resíduos das regiões.

A partir do diagnóstico é possível obter informações detalhadas dos resíduos gerados em cada endereço, o que permite definir estratégias para o gerenciamento dos resíduos, como separação, uso de coletores, armazenamento e destinação. “É uma mudança de paradigma para a companhia, porque nossos funcionários já identificam e trabalham com resíduos. Antes do Senai ir lá, conversar e ter esse contato, não tinham esse entendimento de que tinham que separar o resíduo na origem”, destaca.

Consultor de Relações Institucionais e Acesso ao Mercado do Senai e coordenador Institucional e Líder do Projeto Corsan, Marcino Fernandes Rodrigues Júnior afirma que as próximas etapas envolvem a elaboração do PGRS a partir de diretrizes específicas, como a definição de métodos de quantificação dos resíduos gerados e a definição de modelos de planilhas de controle e registros necessários a gestão e controle eficaz dos resíduos. “O diagnóstico representa 70% do PGRS”, afirma. Rodrigues Júnior destaca ainda a possibilidade do surgimento de novos negócios decorrentes da geração de resíduos.

 


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