Costella diz que pediu a Leite valor da privatização da Corsan para rodovias

Costella diz que pediu a Leite valor da privatização da Corsan para rodovias

Titular da secretaria Estadual de Logística e Transportes afirmou que precisa de R$ 3,8 bilhões para concluir obras

Felipe Faleiro

Juvir Costella concedeu coletiva nesta quarta-feira, antes de participar do Tá na Mesa

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O secretário estadual de Logística e Transportes (Selt), Juvir Costella, esteve nesta quarta-feira no Palácio do Comércio, em Porto Alegre, para o tradicional almoço Tá na Mesa, promovido pela Federasul, em que comentou a respeito das 50 obras em andamento no Rio Grande do Sul e os investimentos de R$ 500 milhões para a área neste ano, dos quais R$ 190 milhões já foram aplicados. De acordo com ele, que concedeu coletiva de imprensa antes do evento, seria preciso ainda obter R$ 1 bilhão para concluir as pavimentações dos acessos municipais que ainda restam.

“Em 2019, começamos com 62 municípios sem acesso. Destes, 16 estão concluídos, 18 estão em obras, mais dez estão para iniciar deste ano até março do ano que vem, e em fase de equalização de projeto 18. Ou seja, daqui a três anos, 80% como meta de governo estarão concluídos, mas 100% deles estará em obras. O Rio Grande do Sul será o estado que não vai mais ter municípios sem acesso pavimentado”, detalhou ele, acrescentando ter expectativa de que o recurso possa vir do caixa do Tesouro Estadual, mas principalmente da privatização da Corsan, dos quais o Consórcio Aegea pagou R$ 4,15 bilhões.

Segundo ele, o assunto foi tratado com o governador Eduardo Leite. “Disse que, para recuperar as rodovias do estado do Rio Grande do Sul, concluir os acessos que ainda temos em obras, as ligações regionais, as não-pavimentadas e as pavimentadas, R$ 3,8 bilhões. Ele [governador] respondeu: tu precisa de uma Corsan? [Respondi:] Não, sobra R$ 360 milhões”. Em outro momento, o secretário afirmou que, com este valor, poderiam “começar já amanhã” as obras. 

“Claro, tenho de chamar a empresa, fazer o contrato, assinar e autorizar o início da obra”, comentou Costella. Ainda conforme ele, um dos grandes desafios da pasta é as hidrovias, e que, segundo ele, é importante que “todos os modais estejam interligados”. Estimou ainda que a Portos RS passa a investir R$ 100 milhões no porto de Rio Grande para que as embarcações cheguem com cargas cheias, e que isto está ligado à conclusão das batimetrias de 22 canais no estado, que deve ocorrer até a próxima semana.

“As embarcações chegam, muitas vezes, com 40% ou 50% a menos de carga, ou menos, causando prejuízo para quem transporta. Já disponibilizamos R$ 60 milhões à Portos RS para estudos, batimetria, e também a questão dos canais, e estamos finalizando o encaminhamento de licenciamentos ambientais para eles”. Costella ainda comentou sobre a ida do governador Eduardo Leite a Brasília, junto com o Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer), para tratar de possíveis novos aportes de recursos estaduais para viabilizar obras em vias federais.

“É dito que o governo federal fará no estado investimentos da ordem de R$ 5 bilhões, e o governo do Estado elencou obras que entende importante, inclusive se colocando à disposição para, como chamamos, de fazer uma parceria do Rio Grande do Sul também poder entrar com recursos, quem sabe”, afirmou. Citou como exemplo o viaduto na BR 116, em Esteio, na região metropolitana, em que há um convênio entre o município, estado e União.

Em outro momento, o titular da Selt opinou que “estado não tem que cuidar de pedágio”. “Tanto que hoje temos um processo de transferência de todo o setor da malha rodoviária da Empresa Gaúcha de Rodovias (EGR) para a iniciativa privada. Já transferimos praticamente 50% da malha rodoviária da EGR e vamos concluir, porque a meta é o encerramento da EGR”. O mesmo, afirmou ele, poderia ser feito com as ferrovias. “Temos que buscar concessões, e não precisa ser todo o estado, mas em lotes”.


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