Cpers/Sindicato critica falta de protocolo de segurança para escolas

Cpers/Sindicato critica falta de protocolo de segurança para escolas

Entidade pede audiência com as secretarias estaduais da Educação e Segurança

Felipe Samuel

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A tragédia na escola de educação infantil de Blumenau e as supostas ameaças em escolas do Rio Grande do Sul deixam aflita a comunidade escolar. Por conta desse cenário, discussões sobre protocolos e outras medidas de segurança ganham força. Em meio a incertezas, o Cpers/Sindicato afirma que muitos pais entraram em contato e informaram que deixariam de levar os filhos para a escola. A presidente da entidade, Helenir Schürer, afirma que recebeu 12 denúncias de escolas ameaçadas em cidades como Caxias do Sul, Porto Alegre, Canoas e Estrela.

“Alguns pais pedem para suspender as aulas enquanto não tiver uma forma de proteção para as escolas. Eles estão apavorados”, relata, reforçando que passou as denúncias ao governo do Estado. Diante do aumento de casos de violência e ameaças, Helenir cobra a adoção de medidas de segurança nas instituições de ensino gaúchas. E reforça o pedido de audiência com a Seduc e Secretaria de Segurança Pública (SSP) e a necessidade de publicação de protocolos de segurança e orientações. Helenir defende uma reestruturação pedagógica. 

“Isso pode ser o foco de combate a esta violência, mas infelizmente não temos a presença de orientador educacional”, afirma. Conforme Helenir, muitas escolas operam sem monitor. “Quem está na portaria é alguém em recuperação de alguma doença e foi tirado do setor. Escola virou isso, um puxadinho”, dispara, acrescentando que isso é resultado da falta de investimentos na Educação. Precisamos de um protocolo para essas situações, porque a maioria dos professores não sabe qual é o protocolo de segurança”, frisa.

A diretora do Colégio Estadual Júlio de Castilhos, Fernanda Schmidt Gaieski, reconhece que o número de estudantes na segunda-feira foi menor do que o habitual. “Alguns pais vieram buscar os filhos no meio do turno da manhã”, afirma. Por conta das ameaças espalhadas em redes sociais, a direção decidiu conversar com os jovens e orientar sobre as medidas adotadas pela instituição. “A ideia é acalmar os alunos”, afirma.

Ela ressalta que o movimento nesta terça-feira já foi maior do que na véspera. Conforme Fernanda, viaturas da Brigada Militar reforçam o policiamento no entorno do colégio, no bairro Santana. “Conversamos com os alunos frente as ameaças. Eles  mostraram várias mensagens. Comentamos o que aconteceu no ano passado, sobre o boato de bomba na escola, e a atuação da inteligência da BM, que trabalhou e identificou as pessoas”, destaca.

No Colégio Estadual Paula Soares, no Centro Histórico, o movimento também foi reduzido na segunda-feira. Além do impacto das mensagens sobre risco de ataques a escolas, a direção informa que o feriado também pode ter refletido no menor número de estudantes. Nesta terça-feira, o número de estudantes foi maior do que na véspera, indicando que aos poucos a comunidade escolar retoma a sua rotina.

Apesar dos relatos de redução de alunos no período, a Secretaria da Educação (Seduc) garante que não houve impacto na frequência escolar das 2.311 escolas estaduais. A Secretaria Municipal de Educação de Porto Alegre (Smed) informa que nenhuma aula foi suspensa. E destaca que a orientação é para que as escolas sigam com aulas normais, uma vez que a segurança foi reforçada nas escolas. Segundo a Smed, nenhuma ocorrência foi registrada na segunda-feira.

Em nota, o Sindicato do Ensino Privado do RS (Sinepe/RS) orienta as instituições de ensino, que reforcem a vigilância e medidas preventivas de segurança e, diante de qualquer sinal que aponte algum transtorno, as autoridades competentes sejam imediatamente comunicadas. ”É importante que todas as ações realizadas, neste sentido, sejam informadas aos alunos e famílias, para garantir um clima de tranquilidade, necessário para a realização das atividades pedagógicas”, diz a nota.

O Sinepe orienta às escolas que sigam com as atividades programadas, mas ressalta que as instituições têm autonomia de suspender as aulas se julgar prudente ou se as autoridades locais assim o definirem. Na próxima quinta-feira está prevista uma reunião das escolas particulares para tratar sobre medidas preventivas de segurança. 

 


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