Defesa Civil destaca respostas à seca após mais de 300 decretos de situação de emergência no RS

Defesa Civil destaca respostas à seca após mais de 300 decretos de situação de emergência no RS

Número de municípios com protocolos ativos ultrapassou marca nesta quarta-feira

Felipe Faleiro

Em Porto Alegre, uma das cidades com decretos ativos, nível do Guaíba voltou a subir

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Um total de 304 municípios do Rio Grande do Sul havia encaminhado, ao Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2iD), da Secretaria Nacional de Proteção e Defesa Civil (Sedec), protocolos de situação de emergência até a manhã desta quarta-feira. O número representa mais de 61% do total estadual. O número cresce a olhos vistos, enquanto a estiagem continua assolando todas as partes do Rio Grande do Sul, trazendo prejuízos que ultrapassam a casa dos milhões de reais em diversas cidades gaúchas.

Em meio a esta situação, a Defesa Civil Estadual afirma que algumas ações em resposta estão em andamento. Uma delas é o benefício a mais de 200 cidades, com investimentos aproximados de R$ 100 mil cada, por meio do programa Avançar na Agricultura, do governo do Estado, e 819 cisternas com capacidade de 60 mil litros cada foram repassadas a 284 municípios habilitados à implantação. Os eventos hidrometeorológicos estão sendo monitorados via Sala de Situação, subsidiando ações da Coordenadoria Estadual da Defesa Civil.

“Há agilidade nos processos de homologação e reconhecimento, para que os municípios estejam aptos a receberem ajuda auxílio estadual e federal”, afirma o coronel Marcus Vinícius Gonçalves Oliveira, subchefe da Defesa Civil gaúcha. Segundo ele, também estão sendo providenciados auxílio aos municípios, desde vistorias, preenchimento de laudos e inserção de documentos no sistema para a decretação da situação de emergência.

Outra ação cumprida, e com potencial para redução de danos, é o sistema "silvipastoril", no qual há a integração lavoura-pecuária-floresta. Por meio dele, os animais de criação, como gado, convivem no mesmo ambiente de árvores, em um sub-bosque, permitindo que pastagens cresçam mesmo durante a seca. O trabalho é desenvolvido em propriedades rurais em parceria entre a Universidade Federal de Santa Maria (UFSM), Embrapa e Emater.

“Os produtores que visitamos estão muito satisfeitos, pois o sistema além de minimizar os impactos da estiagem na produção de leite e de carne, também contribui para a redução das emissões de gases de efeito estufa no setor agropecuário gaúcho”, afirma o engenheiro florestal Jackson Brilhante, coordenador do Comitê Gestor Estadual do Plano ABC+ da Secretaria da Agricultura, Pecuária, Produção Sustentável e Irrigação (Seapi).

Além disto, a Defesa Civil reforça que o governo, ao qual está subordinada, trabalha na construção de convênio para a perfuração de poços. As prefeituras precisam aderir para receber o valor à execução do trabalho. Também já estão funcionando 50 estações do Sistema de Monitoramento e Alertas Agroclimáticos (Simagro), cuja função é calcular algumas variáveis que auxiliam no monitoramento da seca. “Com uma série maior de dados, essas informações entrarão em modelos de tempo e clima que fazem a previsão diária e sazonal”, comenta Oliveira.


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