Defesa Civil do RS monitora ciclone, mas meteorologista prevê menos impactos que no último fenômeno

Defesa Civil do RS monitora ciclone, mas meteorologista prevê menos impactos que no último fenômeno

Profissional da Sala de Situação da Sema afirma que ventos e volume de chuva serão menores que nos dois últimos ciclones

Kyane Sutelo

Conforme a Sala de Situação, chuvas podem chegar a 120 milímetros em alguns pontos do Estado.

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Com a previsão de um novo ciclone passando próximo ao Rio Grande do Sul, a Defesa Civil Estadual garantiu estar atenta à Sala de Situação da Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema), responsável pelo monitoramento meteorológico do governo gaúcho.

A aproximação do ciclone foi indicada em vídeo nas redes sociais dos dois órgãos na sexta-feira, com detalhamento nesta segunda. Ainda não há previsão de emissão de alerta. “Estamos apenas, ainda, monitorando e acompanhando a evolução”, informou a Defesa Civil Estadual.

Na avaliação da Sala de Situação da Sema, os impactos deste ciclone que se aproxima são bastante diferentes dos vistos nos últimos fenômenos do tipo que passaram por solo gaúcho. A projeção do órgão é de que o Estado sofra menos consequências negativas. 

Em comparação com o ciclone de junho, a diferença deve ser a quantidade de chuvas, na avaliação oficial do Estado. “A gente teve 300 milímetros de acumulado, nada comparado a esse, em que a gente espera 120, 150 milímetros no final do evento”, detalhou o meteorologista da Sala de Situação da Sema, Lucas Fagundes. 

Já no comparativo com o ciclone que atingiu o Estado há menos de 15 dias, a diferença é que agora deve haver menos vendavais e granizo. “Aquele foi muito mais associado a temporais e esse deve ser mais à chuva volumosa”, disse o meteorologista da equipe do governo.

Apesar da menor intensidade, a Sala de Situação  projeta “alagamentos pontuais, algumas enxurradas em arroios e córregos”, disse o profissional, além de temporais pontuais. A Sema emitiu alerta para inundações e enxurradas nas bacias Negro, Mirim-São Gonçalo, Camaquã e Santa Maria.

O meteorologista confirmou Sul e Campanha como as regiões mais afetadas. No Aviso Hidrometeorológico publicado no site da Sala de Situação nesta segunda, essas regiões aparecem em vermelho, em estado de alerta. “É indicada a condição de ALERTA para as  bacias Negro, Mirim-São Gonçalo, Camaquã e Santa Maria, com a possibilidade de  ocorrência de inundações gradativas e enxurradas onde a chuva apresentar elevada intensidade”, diz o texto.

Sul e Campanha

Um dos municípios afetados no último ciclone, Pelotas chegou a ter cerca de 130 mil pessoas sem energia elétrica após o último fenômeno. Agora, a prefeitura informou que “reforça ações preventivas para evitar possíveis estragos e prejuízos diante da previsão de chuvas excessivas". 

Foram intensificados, nos últimos meses, trabalhos como “a limpeza dos grandes canais de escoamento pluvial e a manutenção das bombas de drenagem”, afirmou o coordenador da Secretaria de Ações da Cidade (SAC), Flávio Al-Alam.  Além disso, prefeitura e Defesa Civil municipal monitoram as áreas consideradas de risco.

Em Rio Grande, onde quatro pessoas morreram durante a passagem do último ciclone, e cerca de 105 mil consumidores ficaram sem luz, a Defesa Civil também afirma estar monitorando, apesar de entender que os ventos “acalmaram” e estão com previsão de 60 km/h.

“A orientação é aquela: se puder fique em casa, não passar por baixo de redes elétricas, manter janelas fechadas, manter tudo fechado dentro das residências”, orientou a Defesa Civil do município.

Porto Alegre

A Defesa Civil de Porto Alegre informou que, em seu monitoramento, também identificou ciclone, sendo, para a Capital e Litoral Norte, “esperado que o tempo fique mais ventoso no final da quarta-feira e na primeira metade da quinta-feira”. 

O órgão municipal não lida com expectativa de rajadas de vento intensas, mas “em níveis pouco superiores apenas na área da Lagoa dos Patos e na beira da praia”. Ainda não houve divulgação de alerta à população nas redes sociais e site da prefeitura.

O município está monitorando a situação, conforme o órgão. “A Comissão Permanente de Atuação em Emergência (Copae), composta por diversos órgãos municipais e estaduais, está acompanhando de perto as atualizações da previsão do tempo e mantém equipes prontas para o atendimento à população”, disse em nota.

O órgão pede que os moradores da Capital acompanhem as informações em fontes oficiais, seguindo “as orientações de segurança em caso de necessidade”.


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