Demolição do Esqueletão: prédio no centro de Porto Alegre recebe redes de proteção

A primeira etapa da demolição do icônico edifício Galeria XV de Novembro, popularmente conhecido como Esqueletão, na praça XV de Novembro, em Porto Alegre, está em andamento. Nesta primeira fase, o prédio está sendo isolado com redes e bandejas de proteção.

O processo de demolição que será realizado pela empresa Demolidora FBI está planejado para ocorrer em oito etapas e abrange os 19 andares e 13 mil metros quadrados do edifício, com um investimento público de R$ 3,79 milhões. De acordo com a Secretaria Municipal de Obras e Infraestrutura (Smoi), a previsão para início efetivo da demolição é em março.
A demolição será conduzida de forma mista, começando com métodos manuais nos andares superiores e nas torres laterais. Serão utilizando ferramentas como marteletes, talhadeiras e ponteiros, além de maquinaria pesada. O bloco central, com dez pavimentos, será demolido por implosão que ainda não tem data definida, contudo, o cronograma da empresa estima para o mês de abril.

O engenheiro responsável, Manoel Jorge Diniz, destacou a escolha do método misto pela sua rapidez e eficiência, após considerar diversos fatores como localização, tipo de construção, logística de remoção dos escombros, custos e prazos de execução.

Diniz explica que as atividades que estão sendo desenvolvidas no momento são as medidas preventivas de proteção para a primeira etapa que visam evitar que algum fragmento proveniente da demolição caia além da área de projeção do prédio.

“Para poder executar essa demolição manual, dentro do previsto pelo sistema misto, culminando com a implosão da torre de 10 andares, é preciso que se adote medidas preventivas de proteção, com a instalação de bandejas, em alguns andares, e telas de proteção em toda a fachada”, afirma.

A Demolidora FBI, responsável pela operação, atua no mercado há 40 anos e realizou a implosão do prédio da Secretaria de Segurança Pública do RS, em março de 2022.

História

A demolição do Esqueletão é marcada por polêmicas e interdições judiciais. A permissão a destruição do prédio ocorreu em abril de 2023, por meio do Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul.

Alguns pavimentos do prédio foram ocupados por moradias. No térreo havia um centro comercial, com lojas de proprietários e inquilinos. De acordo com a prefeitura, o valor da dívida atualizada de IPTU e TCL está em R$ 2.499.407,57.

A primeira ação administrativa realizada pela prefeitura foi em 1988, na época, obteve interdição judicial parcial. Em 2003, o município ingressou com ação civil pública pedindo a interdição e a desocupação da Galeria XV de Novembro. Em 2005, o Município voltou a interditar andares e salas desocupados, cumprindo decisão judicial. Em dezembro de 2019, foi editado o Decreto 20.395, que declarou o imóvel de utilidade pública para fins de desapropriação.