Deputados propõem comissão na Assembleia para acompanhar estiagem no Rio Grande do Sul

Deputados propõem comissão na Assembleia para acompanhar estiagem no Rio Grande do Sul

Enquanto isso, níveis dos principais rios da Região Metropolitana continuam em baixa

Felipe Faleiro

Praia de Paquetá, em Canoas, também sente os efeitos da estiagem e do lixo acumulado na margem do Sinos

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A Assembleia Legislativa recebeu requerimento para a instalação de uma Comissão de Representação Externa, para acompanhar a situação da estiagem no Rio Grande do Sul, especialmente quanto às condições dos municípios que decretaram situação de emergência. O pedido foi feito pela bancada do PT, por meio do deputado estadual Valdeci Oliveira. “A estiagem já atinge praticamente todo o estado e não há previsão de chuvas generalizadas para os próximos dias, o que, somado ao calor intenso, deve agravar a situação”, comentou Valdeci.

Caso aprovada pelo plenário, a comissão terá um prazo de 30 dias para finalizar seus trabalhos. Enquanto isso, continuam baixos e sem pretensão de alta os níveis dos principais rios da Região Metropolitana de Porto Alegre. A estiagem que continua assolando o Rio Grande do Sul gera efeitos persistentes no abastecimento de água e agricultura, entre outros setores econômicos. Também não há trégua para as altas temperaturas. Enquanto isso, continua aumentando o número de municípios gaúchos com decretos ativos de situação de emergência.

No rio Gravataí, onde nesta semana chamou a atenção uma montanha de lixo represada no bairro Vila Veranópolis, em Cachoeirinha, a régua da Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) no Balneário Passo das Canoas, marcou 1,21 metro, despencando há quatro dias. Já em Alvorada, a medição da Estação de Tratamento de Água (ETA) da Companhia Estadual de Saneamento (Corsan) apontava o nível do rio em 1,36 metro, na mesma tendência de queda.

Na bacia do rio dos Sinos, o destaque negativo foi para a régua de medição da Agência Nacional de Águas (ANA) em Campo Bom, que alcançou nesta quarta 1,17 metro, nível mais baixo dos últimos seis meses, pelo menos. Já a marcação no Centro de São Leopoldo apontava 76 centímetros. Em Taquara, na foz do rio Paranhana, somente 41 centímetros. Já em Novo Hamburgo, a medição hoje da Companhia Municipal de Saneamento (Comusa) foi de 2,08 metros no período da manhã.

No Guaíba, a marca da régua do Cais Mauá, no Centro Histórico de Porto Alegre, alcançou 62 centímetros, em níveis levemente mais baixos do que no início da manhã de terça-feira. Também na quarta-feira, a CEEE Grupo Equatorial realizou o desligamento temporário da Estação de Bombeamento de Água Tratada (Ebat) Belém Velho II, na estrada Kanazawa, no Belém Velho, afetando o abastecimento por parte do Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) a este bairro, mais partes da Restinga e Vila Nova.

Até esta quarta-feira pela manhã, o número de municípios do Rio Grande do Sul com protocolos ativos de situação de emergência junto ao Sistema Integrado de Informações sobre Desastres (S2iD), do Sistema Nacional e Proteção e Defesa Civil, havia alcançado 261, ou seja, mais da metade das cidades gaúchas. O mais recente pedido foi aberto por Alecrim, hoje. Até a quarta-feira, a União havia reconhecido 125 destas solicitações.


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