Descanso de elefante-marinho completa 15 dias em Rio Grande

Descanso de elefante-marinho completa 15 dias em Rio Grande

Animal marinho está descansando próximo aos molhes, na Praia do Cassino

Angélica Silveira

O elefante-marinho, de cerca de 800kg descansa na praia enquanto passa pelo processo de troca de pele e de pelos.

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Os veranistas e turistas que frequentam a praia do Cassino, em Rio Grande, nos últimos dias já se acostumaram com a presença de um elefante- marinho. O animal está descansando há 15 dias na orla da praia. Conforme o diretor do Museu Oceanográfico e do Centro de Recuperação de Animais Marinhos (CRAM-FURG) , Lauro Barcellos, a principal explicação para o tempo de permanência do animal na beira-mar é que ele esteja mudando de pele. “Quando isto ocorre, ele normalmente vai para o seco onde permanece. Todo o processo pode levar mais de um mês. Enquanto isso, ele para de comer, se alimentando somente das próprias reservas”, explica.

O animal está sendo monitorado diariamente pela equipe do CRAM. Ele é da espécie Mirounga leonina, um macho, com cerca de três metros de comprimento e peso estimado em cerca de 800 quilos. O processo da troca dos pelos e da pele é natural e ocorre uma vez por ano, entre primavera e verão. Neste período, os elefantes-marinhos ficam fora do mar para evitar que a temperatura fique baixa, mantendo assim o corpo aquecido, pois a temperatura da pele influencia no crescimento de novos pelos.

O elefante-marinho se desloca em média três vezes por dia para o mar, mesmo permanecendo em jejum. Segundo o CRAM, o movimento ocorre em razão do controle de temperatura para o processo de troca da pele e dos pelos. A mudança é chamada de muda drástica, pois grande parte do processo ocorre em um curto período, conferindo ao animal uma aparência que chama a atenção, porém isto é temporário e não significa que esteja doente.

O CRAM reforça os pedidos para que as pessoas sigam respeitando a área isolada para descanso do elefante-marinho. Não é recomendado que seja molhado ou forçado seu retorno ao mar. É recomendado que pessoas não ofereçam alimentos e nem mantenham animais domésticos perto, pois o contato pode ser perigoso para ambos. As fotos podem ser tiradas, só que sem o uso do flash e nem se deve colocar luz alta dos carros na direção do animal marinho, pois o descanso é essencial para o processo.

O animal , que convive com turistas e veranistas, está sendo monitorado diariamente pela equipe do CRAM/Furg. | Foto: Lauro Barcellos/CRAM/FURG/CP

Portos RS também monitora o elefante-marinho na praia do Cassino

A Portos RS destaca que mantém uma parceria de longa data com o CRAM, através de um contrato para o monitoramento da fauna, em casos de situações de acidente com óleo na área do Porto Organizado do Rio Grande. O diretor de Meio Ambiente da Portos RS, Henrique Ilha, mencionou o trabalho de excelência técnica desenvolvido pelos profissionais no cuidado com as questões da vida marinha. “Trabalhamos com o Cram em várias outras oportunidades junto aos eventos na área portuária e ficamos muito satisfeitos em ver a excelência técnica da atuação das equipes. Isso mostra o valor desse trabalho, a importância da conservação ambiental e das boas práticas na zona portuária e suas adjacências”, afirmou Ilha.


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