Desfiles exaltam origens e tradições africanas: confira como foram as escolas na primeira noite do carnaval de Porto Alegre
Confira o que cada uma apresentou na passarela Carlos Alberto Barcellos Roxo
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A primeira noite do Carnaval de Porto Alegre teve escolas nove na avenida, Porto Seco lotado e desfiles que animaram as arquibancadas. Pela série Ouro, desfilaram Copacabana, Acadêmicos de Gravataí, Imperatriz Dona Leopoldina, Fidalgos e Aristocratas e Bambas da Orgia. Pela série Prata, União da Tinga, Império da Zona Norte, Academia de Samba Praiana e Samba Puro.
Confira o que cada uma inscrição na passarela Carlos Alberto Barcellos Roxo:
Abrindo a noite da série Ouro, a Copacabana levou para a avenida enredo “O Negro é da Ralé?! Será?”. A escola cantou alto que “talento não tem raça”, e exaltou personalidades negras brasileiras e internacionais. A comissão de frente uniu as histórias da África e do bairro Bom Jesus, de Porto Alegre, local da sede da agremiação. A agremiação mostrada ao Porto Seco 20 alas e quatro alegorias.
A Acadêmicos de Gravataí mostrou os contos medievais que inspiraram o surgimento da Commedia Dell'Arte, uma reconhecida expressão cultural de origem italiana. A Acadêmicos entrou com 16 infelizmente. A primeira alegoria mostrou um grande dragão e um castelo que retratava os contos medievais. O segundo carro trouxe o espaçoso palco onde foi apresentada a Commedia Dell'Arte, também conhecida como o teatro do povo. O Carro que encerrou o desfile representou o baile de Carnaval da Onça Negra, símbolo da escola.
A Imperatriz Dona Leopoldina lançou enredo baseado no fruto de Karité. Trata-se de uma importante especialidade utilizada em produtos para tratamentos de cabelo e de pele, e que nasce principalmente nas savanas da África Ocidental. O nome Karité significa "vida" na língua africana Mandinga, segundo a escola. O desfile, desenvolvido em quatro setores, teve 16 anos, com um elemento cenográfico na comissão de frente e mais três alegorias. Sediada no bairro de Porto Alegre Rubem Berta, a Imperatriz Dona Leopoldina conta histórias e diversos lugares do mundo onde o Karité, seja como fruto, manteiga, produto ou iguaria, representa os empoderamentos negro e feminino.
Os Fidalgos e Aristocratas trouxeram para a avenida a história do tambor. “Quando os Tambores Falam” destacou o instrumento, presente no dia a dia das pessoas desde tempos imemoriais. Além de contar a origem do equipamento, a escola indica diferentes formas de utilização do objeto. O desfile foi organizado em quatro setores, com 18 alas e quatro carros alegóricos, além de elementos cenográficos da comissão de frente, que trouxeram mamutes, tigres e leões.
Última escola a desfilar na primeira noite do Carnaval de Porto Alegre, os Bambas da Orgia entraram na avenida às 4h45 deste sábado, 24, evocando a ancestralidade africana e com o enredo Òrànmíyàn, que reafirma o compromisso de agregação com o resgate da cultura negra. O primeiro setor do desfile representou a fundação do Reino de Oyó, considerada o panteão africano e a criação do mundo a partir da nação Òbátáalá, além da criação de Òrun-Àiyé. O segundo setor trouxe lendas dos orixás e divindades africanas. Já o terceiro mostrou a caminhada rumo ao monumento para Ògún. Ao final, 16 alas da escola fundada em 1940 cruzaram a avenida do Porto Seco, já no amanhecer de sábado, incluindo a bateria e três alegorias.
Pela série Prata, passou a União da Tinga, 6ª colocada da Série Prata em 2023, após desempate por quesitos, uma vez que teve a mesma classificação de outras três agremiações. Na sequência, o Império da Zona Norte entrou na passarela com o sonho de voltar à elite do Carnaval. Vice-campeã da Prata em 2023, a Academia de Samba Praiana agitou as arquibancadas, e na sequência, a Academia Samba Puro, oitava colocada no ano passado, encerrou a primeira noite do acesso.
As manifestações seguem neste sábado (24) com quatro escolas da série Prata, cinco da série Ouro, além da tribo carnavalesca. Quem desejar assistir aos desfiles nas arquibancadas do Complexo terá entrada gratuita. Os ingressos poderão ser retirados diretamente no sambódromo, por ordem de chegada e conforme a capacidade do espaço.
Ordem dos desfiles do segundo dia:
Série Prata
19h – Tribo Os Comanches
20h – Império do Sol
21h – Protegidos da Princesa Isabel
22h - Filhos de Maria
23h – Unidos da Vila Mapa
Série Ouro
00h - Unidos de Vila Isabel
1h10 - União da Vila do IAPI
2h20 - Estado Maior da Restinga
3h30 - Imperadores do Samba
4h40 – Realeza