Dia Nacional da Luta da População em Situação de Rua é marcado por ato em Porto Alegre

Dia Nacional da Luta da População em Situação de Rua é marcado por ato em Porto Alegre

À tarde, movimentos devem seguir em caminhada e entregar carta com reivindicações ao prefeito Melo

Felipe Faleiro

Concentração ocorreu no Largo Zumbi dos Palmares, bairro Cidade Baixa

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Movimentos sociais ligados à população em situação de rua realizam um ato nesta sexta-feira em Porto Alegre reivindicando melhores condições de moradia na Capital. À tarde, eles deverão entregar uma carta ao prefeito Sebastião Melo. A concentração ocorreu no Largo Zumbi dos Palmares, no bairro Cidade Baixa, reunindo representantes de entidades a exemplo dos Centros de Atenção Psicossocial Álcool e Drogas (Caps AD), Consultório na Rua e Movimento Pop Rua, seguido por uma caminhada rumo ao Centro Histórico.

O ato é nacional, e ocorre em ao menos 22 estados, marcando o Dia Nacional da Luta da População em Situação de Rua, relembrado no dia 19 de agosto, data em que, no ano de 2004, sete pessoas que viviam na Praça da Sé, no Centro de São Paulo, foram assassinadas e outras oito foram feridas enquanto dormiam. A tragédia é conhecida como “Massacre da Sé”. Em Porto Alegre, este foi o segundo ano de realização do ato relembrando a luta desta população.

“Fizemos esta ação maior na sexta porque é o dia em que todas as redes podem comparecer. A população de rua aumentou muito durante a pandemia. Hoje, não se vê o número de pessoas que se viam em 2015, 2016, são muitas mais. Pessoas que viviam em casas, tinham comida, emprego, ficaram sem nada e foram para as ruas”, contou o educador social Cícero Adão Gomes de Almeida, que atua nos Caps AD de Porto Alegre.

Segundo ele, os números de pessoas em situação de rua divulgados pela Prefeitura da Capital estão muito distantes da realidade. “Hoje, estamos na base de 5,7 mil pessoas nesta condição em Porto Alegre. Mas a Prefeitura diz que são 2 mil e poucas. A gente sabe que não é isto. Se caminhar pela cidade se vê que em cada esquina tem uma pessoa deitada em um papelão”, comentou Almeida. O ato iniciou por volta das 10h. Mais cedo, um café da manhã foi distribuído aos participantes, e a carta em questão entregue a Melo deve ser composta por manifestações espontâneas, em que cada morador pôde fazer sua reivindicação.


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