Diversidade e inclusão dentro das empresas é tema de encontro em Porto Alegre

Diversidade e inclusão dentro das empresas é tema de encontro em Porto Alegre

Especialistas participaram do Caldeira Talks – Melhores práticas de diversidade e inclusão nos negócios

Felipe Samuel

Especialistas destacam importância de desenvolver produtos inclusivos

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O desenvolvimento de novos hábitos e o entrelaçamento de culturas ganham cada vez mais importância dentro das empresas. Mais do que uma adaptação aos tempos atuais, a diversidade no ambiente de trabalho se revela um grande trunfo para as corporações, que já percebem o impacto nos resultados. Para tratar do assunto, o Consulado Geral dos Estados Unidos em Porto Alegre, em parceria com o Instituto Caldeira, promoveu nesta sexta-feira, o Caldeira Talks – Melhores práticas de diversidade e inclusão nos negócios. O evento reuniu especialistas de empresas brasileiras e norte-americanas.

Na abertura do evento, o cônsul-geral dos EUA em Porto Alegre, Shane Christensen, destacou a importância de abordar questões de diversidade e inclusão social. “O painel de tem como assunto um tema que está nos jornais, nas ruas e em nossas casas, e que é uma prioridade para o governo norte-americano: os princípios de diversidade, igualdade, inclusão e acessibilidade. Esses princípios são parte integral do trabalho da Embaixada e dos Consulados dos Estados Unidos no Brasil – posso dizer que são o DNA de nosso trabalho externo e interno”, afirmou.

Ao compartilhar a experiência da Thoughtworks Brasil, a diretora-presidente Marta Saft explicou as iniciativas adotadas na empresa, que é uma consultoria global de software que usa a tecnologia para resolver problemas complexos. E o processo começa no recrutamento. “A gente identifica se as pessoas que a gente está entrevistando são abertas, informadas ou engajadas no que diz respeito a temas de diversidade. Se não forem nem abertas, nem informadas, nem engajadas, a gente nem começa essa relação, porque a gente sabe que a expectativa de cada pessoa dentro da Thoghtworks é uma evolução de uma jornada pessoal que começa pela educação em relação ao tipo de opressão que não é a minha”, afirmou. 

Ouvir as demandas da sociedade é um dos pontos chave para encontrar soluções para problemas diversos. “Como mulher branca, heterossexual, preciso desenvolver minha jornada entendendo, por exemplo, qual a realidade de uma mulher negra que sentou ao meu lado dentro da organização. E para isso a gente conta muito com organizações da sociedade civil, movimentos, que vêm falar conosco sobre isso, de negritude, branquitude, em termos de diversidade sexual. Então a gente traz a sociedade civil para esse diálogo e naturalmente as pessoas dentro da organização se sentem parte desse diálogo”, ressaltou.

Diretora de Recursos Humanos da GM, Rubiana Souza salientou mudanças promovidas no processo de seleção da empresa e a produção alinhada à diversidade. “Quando publicávamos vagas na empresa era de operador de produção, engenheiros. E a queixa das pessoas era onde estão as vagas para as mulheres? Alguém teve a ideia de colocar operadora de produção e entre parênteses operador. Isso foi uma revolução”, frisou. “A gente tem que se desafiar, com mais pessoas pensando de formas diferente e trazendo ideias”, completou.

Líder de talent aquisition e marca empregadora no Sicredi, Joana Trivelin reforçou a importância de contar com um grupo focado no trabalho voltado à diversidade e inclusão. “Temos ações estruturadas, que busca olhar além dos dados para poder entender quais nossos resultados a partir das ações que fazemos, o que funciona e o que não funciona, e quais os nossos resultados de negócios a gente gera a partir disso”, explicou. Ela ressaltou outras iniciativas, como programas de incentivo a start ups do mercado. “A gente incentiva financeiramente essas start ups consumindo os produto delas e ajudando também no desenvolvimento dos seus negócios”, pontuou.

Head de pessoas e cultura da Bergamotta Labs/Grendene, Poliana Corrêa, salientou que negócios liderados por pessoas diversas representam um diferencial. “Trazem soluções que sanam dores de pessoas diversas. A gente também tem essa preocupação quando a gente vai se relacionar do ponto de vista de negócios, pois não preciso necessariamente sempre tensionar o assunto diversidade, uma vez que eu já estou olhando para ela a partir das minhas relações de negócios”, sustentou.

 


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