Dmae intensifica troca de canos e adutoras para evitar desabastecimento no verão

Dmae intensifica troca de canos e adutoras para evitar desabastecimento no verão

Objetivo é garantir a manutenção do sistema e ampliar a capacidade de bombeamento

Felipe Samuel

Estação de Bombeamento de Água Tratada (Ebat) Sarandi passa por manutenção

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A chegada do verão e a previsão de estiagem concentrada durante a estação representam mais um desafio para o fornecimento de água na Capital. Para evitar o desabastecimento em algumas regiões, como na Lomba do Pinheiro e no Morro da Cruz, o Departamento Municipal de Água e Esgotos (Dmae) realizou durante o ano melhorias nas Estações de Tratamento de Água (ETA) de várias regiões. O objetivo é garantir a manutenção do sistema, ampliar a capacidade de bombeamento, melhorar o sistema de distribuição e evitar vazamentos. 

Para evitar fugas d’água provocadas por rompimento de adutoras, que são frequentes nesta época do ano, o diretor-geral do Dmae, Alexandre Garcia, estima que foram substiuídos cerca de 70 mil metros de canos na cidade. Toda a rede é composta por 4,2 milhões de metros de rede de água. Conforme Garcia, as principais regiões que tiveram as redes de água substituídas para diminuir o número de vazamentos são: Humaitá, quadrilátero do Centro Histórico, Lami, Tristeza, Morro da Cruz, Rua dos Açores e Vila Laranjeiras.

“A gente tem muitos programas de substituição de rede, que é um programa que a gente acredita muito e dá resultado, porque retoma a vida útil da tubulação, bota o material tecnologicamente muito mais desenvolvido, muito melhor, que reduz os vazamentos, reduz a chance de dar problemas e melhora muito a distribuição de água para a população”, afirma. Conforme Garcia, a Secretaria do Meio Ambiente e Infraestrutura (Sema) alerta para estiagem. “Isso também influencia muito e é algo que transpõe efetivamente a nossa capacidade quando tem um problema da estiagem”, completa.

Uma das regiões mais afetadas pela falta de água no verão, a Lomba do Pinheiro historicamente é alvo de protestos da população, que chega a ficar dias sem fornecimento de água. “Aquela região sofre em parte com o déficit de abastecimento, que vai ser suprido com uma construção da ETA Ponta do Arado, que já está na sua execução. Mas todas as melhoras que a gente faz na rede significa sempre uma melhora nos pontos mais distantes”, sustenta. Garcia explica que todas as melhorias relizadas no sistema Belém Novo e no Menino Deus vão refletir na Lomba do Pinheiro.

A região recebe água dos dois lados. “A gente finalizou um reservatório da Vila do Sargentos e aumentou em 2 mil metros cúbicos. Então são mais de 2 milhões de litros de água reservado ali que vão possibilitar com que a gente abasteça a Lomba do Pinheiro com mais força pelo lado do Menino Deus. A gente vai ter mais ou menos até a parada oito com esse abastecimento pelo menino Deus, reduzindo a entrada da ETA Belém novo naquele sistema. A gente acredita que vai ter uma melhora”, garante. Apesar das obras, Garcia lembra que é uma região marcada por invasões de áreas.

“Isso efetivamente traz um problema para o sistema de abastecimento, são coisas que representam muito vazamento. Há muita perda”, destaca. Um contrato que vai entrar em vigor apenas no próximo ano prevê atendimento dessas áreas de ocupação desordenadas, onde as pessoas não são clientes do Dmae, não tem rede de água, mas são abastecidos por uma mangueira. “A gente acredita realmente que vai ter uma melhora no sistema de abastecimento, vai ser notado uma melhor no sistema de abastecimento, mas muitos anos de descasos, especialmente, muitos anos de descaso com as áreas de ocupação, a gente não vai conseguir corrigir num curto espaço de tempo, num curto ciclo”, afirma. 

Entre os critérios para substiuições de canos e adutoras estão: maior número de rompimentos, vida útil ultrapassada e crescimento populacional de determinada região. “Uma coisa que a gente vem cuidando muito é tentar compatibilizar quando há melhora da infraestrutura. O surgimento da finalização da avenida Tronco vai aumentar em muito o trânsito ali e a gente nota que sempre que tem uma intervenção desse tamanho, que aumenta demais o trânsito, as redes sofrem muito, porque aumenta o impacto, aumenta o trânsito pesado”, frisa. Conforme Garcia, toda rede de água da região foi substituída.

 


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DESDE 1º DE OUTUBRO 1895