Doenças respiratórias no inverno é tema de fórum do Hospital Moinhos de Vento

Doenças respiratórias no inverno é tema de fórum do Hospital Moinhos de Vento

Especialistas reforçam a importância da vacinação contra a gripe

Felipe Samuel

Infectologista Alexandre Zavascki alerta que as infecções virais tendem a aumentar no inverno

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O inverno é um período em que os serviços de urgência e emergência de Porto Alegre sofrem com a demanda excessiva por atendimento em função de doenças respiratórias, principal causa de internação entre crianças e adolescentes de zero a 14 anos nos meses de junho a agosto do ano passado. Para discutir medidas preventivas e alertar sobre o aumento das infecções virais no inverno, o Hospital Moinhos de Vento reuniu nesta terça-feira especialistas para abordar o tema Doenças Respiratórias no Inverno. Este ano, a Secretaria Estadual da Saúde (SES) já registrou 774 hospitalizações por síndrome respiratória aguda grave (SRAG) causada pelo vírus Influenza, dos quais 75 casos foram a óbito.

O chefe do Serviço de Pneumologia e Cirurgia Torácica do Moinhso de Vento, Marcelo Gazzana, explica que pacientes com doenças crônicas podem ter o quadro agravado durante o inverno e podem desenvolver doenças como sinusite, traqueobronquite e pneumonia. Entre as medidas preventivas, Gazzana reforça a importância da vacinação contra a gripe. “É a medida mais importante. Depois veem as medidas de higiene respiratória para evitar contágio e usar máscaras em determinadas situações. Quem tem doença respiratória crônica, assim como doença pulmonar crônica, deve usar medicação contínua de manutenção conforme determinação do seu médico”, afirma.

Outra recomendação do especialista é evitar o tabagismo. “Quem fuma deve parar de fumar. E se um familiar fuma e você não, faça ele parar também, porque quem fuma tem muito mais chance de desenvolver pneumonia e crises da doença respiratória crônica”, destaca. Conforme o especialista, durante a pandemia de Covid-19 esse cenário ficou evidente. “Fumantes têm quadro mais grave, asmáticos têm evolução pior, pacientes com enfisema que param de fumar tendem a ter progressão mais lenta da doença e menos crises. Continuar fumando é a pior coisa e parar é uma medida isoladamente mais eficaz em termos de saúde pública para qualquer pessoa”, completa.

Chefe do Serviço de Infectologia do Moinhos de Vento, Alexandre Zavascki, alerta que as infecções virais tendem a aumentar no inverno e reforça a importância dos aerossóis, que são partículas menores, na transmissão de outras viroses respiratórias. “A gente aprendeu na pandemia sobre a transmissão, que a forma de transmissão que muito se acreditava que seria, inclusive no início da própria Covid, por tato ou gotículas ou fômites, que são partículas maiores, a gente viu a importância do aerossol, que são partículas menores”, afirma. Zavascki destaca que já houve um pico de Influenza, com predomínio da H1N1. “Estamos observando na entrada do inverno uma queda dos casos de Influenza, mas temos um período longo de inverno. Não tem como dizer que não teremos um novo momento de Influenza ou mesmo de Covid-19”, completa.


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