Eldorado do Sul: 17 famílias permanecem alojadas em ginásio

Homens, mulheres, crianças e animais de estimação permanecem abrigados, neste sábado, no ginásio municipal, também conhecido como Ginásio do Loteamento Popular, devido as chuvas, que causaram o aumento das águas do Guaíba e do Jacuí, em Eldorado do Sul, na região Metropolitana. De acordo com a Defesa Civil, 17 famílias ocupam tendas de lona improvisadas, espalhadas pela quadra do local, que também concentra as doações que chegam para os acolhidos. Aproximadamente 55 famílias continuam desabrigadas, morando na casa de parentes, conforme informou a prefeitura. 

"A água está baixando e nós estamos entrando em um processo de retorno das pessoas. As doações mais importantes agora são aquelas que as famílias podem levar para casa. São famílias de extrema vulnerabilidade, com muitas crianças pequenas. Tudo que recebemos, vamos deixar à disposição deles. Precisamos de roupas de cama, materiais de higiene pessoal e fraldas. Temos crianças de dois meses que estavam enroladas em panos, quando chegaram aqui, além de adolescentes de 12 anos que estão prestes a dar a luz. São pessoas que vivem em uma situação de muita precariedade", destacou o secretario de Educação, Cultura, Desporto e Lazer de Eldorado do Sul, Gelson Antunes, que coordena os serviços de alojamento. Segundo ele, as famílias devem retornar para casa entre este domingo e segunda-feira. 

O marceneiro Igor Rodrigues de Oliveira, de 23 anos, teve que deixar a casa onde mora, na Vila da Paz, na última quinta-feira, junto com o filho pequeno, de 4 anos, e a esposa, Tainá Martins, de 26, além da irmã dela e outros dois sobrinhos, de 4 e 5 anos. "Moramos em uma invasão. Lá a água passou de um metro e meio de altura, já estava quase batendo no queixo. Outras três famílias de lá também estão aqui", relatou.

Para monitorar possíveis alagamentos, a prefeitura de Eldorado do Sul montou quatro bases nos bairros mais afetados pelas chuvas, sendo estes Vila da Paz, Chácara, Cidade Verde e Picada, este último na divisa com a Ilha da Pintada, em Porto Alegre. Doações também podem ser feitas nestes pontos. "Estamos monitorando as águas, por conta da mudança do vento, e as equipes da Defesa Civil permanecem mobilizadas. A água já baixou consideravelmente nos bairros mais afetados, mas o alerta ainda continua. Estamos monitorando para não sermos pegos de surpresas", enfatizou o secretário de Planejamento do município, Josimar Cardoso. 

Na avenida Martinho Poeta, no bairro Picada, onde a água chegou a ultrapassar um metro, restam apenas pontos dispersos de alagamento. Na última quinta-feira, conforme registrou o Correio do Povo, moradores tiveram que utilizar barcos para se locomoverem no local. "Nasci aqui, estou acostumado. Para a gente, essa situação é normal. A água já baixou bastante", concluiu o pescador Jorge Vasconcelos, de 54 anos.