Em cinco anos, vigilante constrói 2,6 mil abrigos para animais de rua

Em cinco anos, vigilante constrói 2,6 mil abrigos para animais de rua

O amor pelos animais é o que motiva o vigilante Felipe Meireles a não desistir do projeto Casinhas Azuis

Fernanda Bassôa

O amor pelos animais é o que motiva o vigilante Felipe Meireles a não desistir do projeto Casinhas Azuis, que constrói casas para cachorros de rua

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O amor pelos animais é o que motiva o vigilante Felipe Meireles a não desistir do projeto Casinhas Azuis que ele criou há cinco anos, com a construção do primeiro abrigo para acomodar cães comunitários, de rua, recém-adotados ou que ainda aguardam por um tutor em lares temporários ou canis da Região Metropolitana. Neste período, Meireles contabiliza a construção de 2,6 mil casas, feitas por ele mesmo em sua própria residência, no bairro Granja Esperança, em Cachoeirinha. Os abrigos que inicialmente eram fabricados de acordo com a doação de materiais, hoje são feitos de compensado naval que é adquirido com dinheiro, geralmente, tirado do próprio bolso ou mediante troca.

Hoje, a maior parte dos abrigos é destinada para os protetores que resgatam os animais da rua e castram. “Temos abrigos espalhados por Alvorada Gravataí, Viamão, Esteio, Sapucaia do Sul, Canoas, São Leopoldo e Novo Hamburgo. Estamos em tratativas para enviar 10 casinhas para Itajaí, em Santa Catarina.” Meireles consegue fabricar até 15 abrigos por dia, mas diante do número de resgates que ele ajuda a fazer e da busca por materiais, esse número geralmente cai para sete por dia. “É um modelo americano. A ideia veio da Florida através de uma brasileira que mora nos Estados Unidos, que também faz parte de uma ONG que cuida de animais. É um modelo mais econômico e fácil de fabricar, em 20 minutos eu consigo aprontar uma. É um material bem resistente, de longa duração.” A fabricação de um abrigo, segundo ele, sai por R$ 130.

Além de confeccionar as casinhas, o vigilante providencia frete, resgate de animais, vai em busca de ajuda para cirurgias, castrações, compra de medicamentos, internações em clínicas e ainda tem os custos com a conta de luz. “A correria é grande. Nós dependemos de doações de tampinhas plásticas, óleo de cozinha (usado), latas de alumínio e de doações de roupas para o brechó, cujo lucro ajuda bastante na conta de luz. Também aceitamos a doação de pregos, parafusos, tinta, pinceis, e ferramentas para fazer o corte do compensado.” Ele diz que a demanda de animais abandonados tem crescido muito. “Não dá para fechar os olhos para isso! Sei que se eu parar de ajudar, eles vão sofrer. É o meu amor pelos animais que me motiva todos os dias a seguir com meu propósito.” Conforme o vigilante, diretamente o projeto conta com a ajuda de 12 voluntários.

As pessoas interessadas em realizar a doação de materiais para confecção das casinhas ou de outros itens que podem ajudar na reversão de renda para auxiliar no bem-estar dos bichinhos, podem entregar o material pessoalmente na rua Darci José Pacheco, 12, no bairro Granja Esperança, em Cachoeirinha, ou ainda contatar Meireles pelo WhatsApp para o número (51) 98264.9549. Aqueles que optarem por ajudar financeiramente, fazendo uma doação de qualquer valor, o número do Pix é 92368727000 (CPF).


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895