Em dia de jogo do Brasil na Copa, o relógio é suíço

Em dia de jogo do Brasil na Copa, o relógio é suíço

Centro de Porto Alegre não chegou a esvaziar, mas o almoço se estendeu para a partida que começou às 13h

Christian Bueller

Centro de Porto Alegre não chegou a esvaziar, mas o almoço se estendeu para a partida que começou às 13h

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Dizem que o brasileiro em geral não é muito pontual, mas, em se tratando de Copa do Mundo, a mobilização para os horários do jogos da Seleção é tão precisa quanto um relógio suíço, país adversário desta segunda-feira, pela segunda rodada do Mundial no Catar. Ao contrário da estreia, a bola entre Brasil e Suíça começou a rolar às 13h. Meia hora antes, no Centro de Porto Alegre, já havia aquela esperada movimentação diferenciada das pessoas que costumam circular na região.

Na avenida Júlio de Castilhos, próximo Centro Popular de Compras (Pop Center), as filas para os ônibus intermunicipais eram maiores que o habitual. Moradores de Gravataí e Cachoeirinha retornavam para assistir a partida de casa. “Trabalhamos apenas de manhã, o chefe liberou pelo restante do dia”, dizia uma sorridente auxiliar de escritório, Amanda Sanches, 24 anos. Já o estudante Henrique Torres tinha como único compromisso um curso de Informática na avenida Andradas. A expectativa era de vitória tupiniquim. “Acho que vão ser dois gols do Pombo (Richarlison)”, arriscou.

No entanto, o comércio em geral seguiria funcionando após o jogo do Brasil, estendendo o horário de almoço. “Voltaremos após as 15h” ou “Reabrimos às 3 da tarde” eram mensagens nas portas de alguns estabelecimentos em galerias do Centro da Capital. Teve quem improvisasse uma forma de assistir a partida, nem que fosse pelo notebook utilizado pela loja, como foi o caso vendedora de roupas femininas Angélica Silveira, 34 anos. “Sabemos que pouca gente vai nos procurar nessa hora mesmo. Então, demos um jeito”, explicou a lojista que, logo, receberia a companhia de uma colega, pão de queijo às mãos.

Partida começa e um restaurante na rua Siqueira Campos funciona normalmente. Aqueles clientes que não puderam acompanhar o jogo em casa, tinham uma televisão à disposição. “Terei que retornar ao trabalho, então são, pelo menos, duas horinhas para relaxar e torcer”, conta o assessor de marketing Carlos Eduardo Aquino, 42 anos. A cada lance perdido pela Seleção, as reações se tornavam menos tímidas. Em duas mesas agrupadas, mulheres, colegas em uma empresa de contabilidade, ansiavam juntas pelo gol que não surgiu no primeiro tempo. “Vai sair, vai sair”, repetia uma delas.

As ruas do Centro não chegaram a esvaziar completamente. Bares, lojas e bancas de revistas pareciam pequenas “fun fests” e reuniram um bom número de pessoas em volta para acompanhar a vitória por 1 a 0. Teve até churrasco, em plena rua, durante a partida e que se estendeu pela tarde.


Correio do Povo
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