Em estado de greve, professores de Sapucaia do Sul pedem reajuste de 3,62%

Em estado de greve, professores de Sapucaia do Sul pedem reajuste de 3,62%

Nova assembleia para tratar do tema está marcada para quarta-feira

Fernanda Bassôa

As mobilizações integram a luta por reajuste, valorização, salário digno e respeito

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O Sindicato dos Trabalhadores em Educação de Sapucaia do Sul (Sintesa) realiza desde a semana passada uma série de ações e mobilizações entre a categoria, junto à comunidade escolar e não escolar, para pressionar o governo municipal a rever a proposta de reajuste salarial.

O Executivo ofereceu ao magistério 2,38% de reajuste, número recusado pelos profissionais da educação. Os trabalhadores pedem reajuste suficiente para equiparar o Piso Nacional da Educação. Atualmente a rede municipal de educação conta com 1,8 mil profissionais, distribuídos em 32 instituições de ensino. A categoria encontra-se em estado de greve.

O Sintesa reivindica o índice de 3,62% (reajuste de 2024) mais 42,34%, em um calendário de reposição, que corresponde ao acumulado dos quatro anos anteriores. “Estamos desde 2020 abaixo do piso. Pedimos um calendário de reposição para que possamos ir diminuindo essa diferença aos poucos”, explica a presidente do Sindicato, Miriam Mattos. Uma nova assembleia está marcada para as 17h30 de quarta-feira (20) e “caso o governo não apresente uma contraproposta que valorize e respeite o profissional de educação, é possível que uma greve seja deflagrada”, cogita ela.

Segundo Miriam, Sapucaia do Sul tem menor salário de toda Região Metropolitana e isso faz com que muitos profissionais saiam do Município para trabalhar em outras cidades. “Causando um déficit de professores e profissionais de apoio, fazendo com que a escola não tenha seu quadro completo. A proposta oferecida pelo Executivo não é digna do nosso ofício. Esta sequência de mobilizações é uma luta justa, por valorização, por salário digno e por respeito.” Segundo ela, as negociações precisam ter avanços.

“Os pais dos alunos têm a falsa sensação de que seus filhos estão tendo aula de português, enquanto que são atendidos por um professor substituto. Queremos ser ouvidos e respeitados. O papel do sindicato é defender a categoria, independente de governo, partido ou ano eleitoral. Não trata-se de uma luta partidária. Essa é uma luta de todos os trabalhadores da educação.”

A Prefeitura de Sapucaia do Sul esclarece, através de nota, que diante da atual capacidade financeira do Município, não há possibilidade de novas negociações salariais com os profissionais de educação. Esclarece ainda que “esta decisão é tomada levando em consideração a diminuição da arrecadação nos últimos anos, que tem impactado as finanças municipais. Apesar dos esforços da atual gestão, o valor oferecido no reajuste salarial representa o limite atualmente viável para a administração municipal. Ressaltamos ainda que, além do índice de reajuste salarial proposto, consta a proposta de um aumento de 5% no vale alimentação”, conclui a nota.


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