Emergência adulta de Porto Alegre atende acima da capacidade

Emergência adulta de Porto Alegre atende acima da capacidade

Atendimento nos Pronto Atendimentos Bom Jesus, Cruzeiro do Sul, Lomba do Pinheiro e Unidade de Pronto Atendimento Moacyr Scliar ultrapassaram os 168% de lotação

Paula Maia

Apesar do índice de mais de 160% de lotação, a Secretaria de Saúde de Porto Alegre diz que os atendimentos estão dentro da média

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Os serviços de urgência e emergência para adultos em Porto Alegre estão enfrentando uma sobrecarga, com unidades atendendo muito acima de sua capacidade. Na manhã desta sexta-feira, a situação atingiu níveis alarmantes, com o Pronto Atendimento Cruzeiro do Sul (PACS), no bairro Santa Tereza, operando a uma lotação superior a 300%. No início da tarde, a lotação ultrapassava 244%, no PACS.

Dados da Secretaria Municipal de Saúde (SMS) mostravam que os índices médios de atendimento nos Pronto Atendimentos Bom Jesus, Cruzeiro do Sul, Lomba do Pinheiro e Unidade de Pronto Atendimento Moacyr Scliar ultrapassavam os 168% de lotação, número que, apesar de alto, está dentro da média, de acordo com a SMS.

O órgão ainda informou que havendo necessidade, há realocação para hospitais, como uma alternativa, e lembrou que 80% da demanda pode ser atendida nas unidades de saúde.

O Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA) enfrentou uma lotação de 232%, e estava focando seus recursos apenas em casos graves, conforme a assessoria de comunicação do hospital. O São Lucas da PUCRS, com 190% da capacidade, restringiu a admissão de novos pacientes, “para priorizar a qualidade do atendimento”, conforme a assessoria do hospital.

Apesar dos altos índices de ocupação, a paciente Thais Camargo, de 31 anos, descreveu o atendimento no PACS como rápido. Ela contou que foi atendida logo depois da sua chegada, às 9h, e que ficaria no local aguardando o resultado do exame previsto para as 16h.

Ela costuma ir com frequência no Postão da Cruzeiro e afirmou que a situação desta sexta-feira se contrastou com uma experiência anterior de longa espera. No final do ano passado ela esteve na unidade de saúde e esperou mais de quatro horas para atendimento, enquanto apresentava sintomas de Covid-19.


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