Emergências de Porto Alegre operam com superlotação de até 300%

Emergências de Porto Alegre operam com superlotação de até 300%

Secretaria de Saúde afirma que lotação reflete as alterações meteorológicas das últimas semanas

Paula Maia

Hospital de Clínicas garante estoque de oxigênio para até seis dias

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Os serviços de urgência e emergência adulto da rede de saúde de Porto Alegre vêm operando acima da capacidade nos últimos dias. A lotação chegou a 300% na Upa Moacyr Scliar, por exemplo, na tarde desta sexta-feira. 

No Hospital de Clínicas estava 129 pessoas internadas nos 56 leitos disponíveis, uma lotação de 230,36%. No Hospital Conceição, 93 pacientes para os 64 leitos representavam uma lotação de 145,31%. A Santa casa disponibiliza 28 leitos e estão internados 60, uma lotação de 214,29%. O Hospital São Lucas da PUCRS tem capacidade de 10 leitos e está com 21 internados, totalizando 210% de lotação. O Pronto de Atendimento da Cruzeiro do Sul, 277,78% e a UPA Moacyr Scliar, na zona Norte, registra 300% de lotação.

De acordo com a Secretaria Municipal de Saúde, o fluxo das emergências são pontuais e refletem as alterações meteorológicas das últimas semanas. Esse quadro deva durar no máximo 15 dias “conforme a estabilização do tempo e nenhum outro evento que restrinja a população de frequentar o seu centro de saúde”, segundo a pasta.

“Há um descompasso de tratamento de pacientes crônicos, que deixaram de procurar os serviços de atenção primária, e agora procuram portas de hospitais e unidades de prontos atendimentos ou a UPA, buscando encontrar um atendimento mais especializado que possa dar uma solução mais rápida às suas queixas. Nesse sentido, a Secretaria Municipal de Saúde reitera que casos de sintomas leves podem ser atendidos em qualquer uma das 134 Unidades de Saúde do Município”, diz a nota enviada.

O Hospital Santa Casa, em nota, afirma que “até o momento não há um fator epidemiológico novo que possa explicar essa superlotação. A maioria dos atendimentos são de pacientes crônicos, que já realizam tratamento na Santa Casa, e que acabam procurando a nossa emergência SUS devido alguma intercorrência. Normalmente são pacientes oncológicos, em fila de transplante”.

O Hospital São Lucas da PUC informou que está com restrição no atendimento da emergência devido à alta demanda. E que a situação será monitorada diariamente e poderá ser alterada conforme mudanças no cenário. A prioridade atual é para os casos mais graves, de acordo com a classificação de risco.

De acordo com o coordenador médico da emergência, Osmar Mazetti, a medida tem o objetivo de preservar a segurança de dos pacientes e a manutenção do cuidado e da qualidade do atendimento.

"A superlotação é a realidade de todo sistema público de saúde e a quantidade de leitos disponíveis no HSL é menor em relação às outras instituições, o que ocasiona uma superlotação mais crítica em nosso hospital", explica.


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