Emergências operam acima da capacidade em Porto Alegre

Emergências operam acima da capacidade em Porto Alegre

Seis das sete unidades de emergência operavam acima da capacidade

Felipe Samuel

Emergência adulta SUS da Santa Casa opera com restrição

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A procura por atendimento de serviços de urgência e emergência segue elevada e mantém pressionado o sistema de saúde de Porto Alegre. Nesta quarta-feira, das sete unidades de emergência de hospitais de Porto Alegre, seis operavam acima da capacidade. Ao todo, 381 pacientes estavam internados e 64 aguardavam por atendimento, para um total de 219 leitos disponíveis, o que representava 173,97% de lotação. A emergência adulta do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), que conta com 56 leitos, operava com quase com o triplo da capacidade, com 150 pacientes internados, ou seja, lotação de 267,86%. 

Na Santa Casa, o cenário era semelhante, com um total de 60 pacientes internados para 24 leitos disponíveis, com lotação de 250%. O Instituto de Cardiologia, os hospitais São Lucas, Nossa Senhora da Conceição e Vila Nova também operavam acima da capacidade, com mais de 100% de lotação. Em meio a esse cenário, a prefeitura ainda não definiu o substituto de Mauro Sparta, que deixou a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) na semana passada. A coordenadora médica das emergências da Santa Casa, Ana Paula Aerts, explica que a emergência SUS da Santa Casa vem atuando, nos últimos meses, acima da capacidade instalada.

“Chama atenção é que dificilmente conseguimos baixar de 200% de ocupação, nem mais nos finais de semana. Os pacientes que chegam passam por classificação de risco com a enfermagem e quando existe alguma dúvida assistencial é chamada a equipe médica. Estes pacientes que não têm critério de abertura de atendimento pelo nosso protocolo institucional validado internamente são orientados junto com a equipe de enfermagem para que seja encaminhada a uma unidade de menor complexidade para que se consiga ter atendimento dessas pessoas”, observa.

Conforme Ana Paula, não houve aumento expressivo de casos envolvendo doenças respiratórias, que oscilaram entre 15% a 20%. Continuamos atendendo pacientes de alta complexidade, porque temos identificado pacientes oncológicos cada vez mais críticos. Identificamos no último mês um aumento de infartos e de casos de acidente vascular cerebral também. Mas a criticidade dos pacientes está muito relacionada ao atendimento de alta complexidade. Também os nossos transplantados, quando têm qualquer tipo de complicação, procuram nossa emergência. Hoje nosso cenário é esse”, relata.

Os quatro pronto atendimentos da Capital também operavam acima da capacidade. No PA da Cruzeiro do Sul, que conta com 12 leitos disponíveis, a ocupação chegava a 233,33%, com 28 pacientes internados. Na Unidade de Pronto Atendimento Moacyr Scliar, na Zona Norte, que tem 17 leitos, a lotação era de 217,65%,com 37 internações. Nas emergências pediátricas, o cenário era semelhante, com quatro das seis unidades de pediatria operando acima da capacidade: Clínicas (244,44%), Nossa Senhora da Conceição (162,5%), Santo Antônio (136,6%) e Hospital Materno Infantil Presidente Vargas (125%).  

 


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