Emergências operam acima da capacidade em Porto Alegre
Seis das sete unidades de emergência operavam acima da capacidade
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A procura por atendimento de serviços de urgência e emergência segue elevada e mantém pressionado o sistema de saúde de Porto Alegre. Nesta quarta-feira, das sete unidades de emergência de hospitais de Porto Alegre, seis operavam acima da capacidade. Ao todo, 381 pacientes estavam internados e 64 aguardavam por atendimento, para um total de 219 leitos disponíveis, o que representava 173,97% de lotação. A emergência adulta do Hospital de Clínicas de Porto Alegre (HCPA), que conta com 56 leitos, operava com quase com o triplo da capacidade, com 150 pacientes internados, ou seja, lotação de 267,86%.
Na Santa Casa, o cenário era semelhante, com um total de 60 pacientes internados para 24 leitos disponíveis, com lotação de 250%. O Instituto de Cardiologia, os hospitais São Lucas, Nossa Senhora da Conceição e Vila Nova também operavam acima da capacidade, com mais de 100% de lotação. Em meio a esse cenário, a prefeitura ainda não definiu o substituto de Mauro Sparta, que deixou a Secretaria Municipal da Saúde (SMS) na semana passada. A coordenadora médica das emergências da Santa Casa, Ana Paula Aerts, explica que a emergência SUS da Santa Casa vem atuando, nos últimos meses, acima da capacidade instalada.
“Chama atenção é que dificilmente conseguimos baixar de 200% de ocupação, nem mais nos finais de semana. Os pacientes que chegam passam por classificação de risco com a enfermagem e quando existe alguma dúvida assistencial é chamada a equipe médica. Estes pacientes que não têm critério de abertura de atendimento pelo nosso protocolo institucional validado internamente são orientados junto com a equipe de enfermagem para que seja encaminhada a uma unidade de menor complexidade para que se consiga ter atendimento dessas pessoas”, observa.
Conforme Ana Paula, não houve aumento expressivo de casos envolvendo doenças respiratórias, que oscilaram entre 15% a 20%. Continuamos atendendo pacientes de alta complexidade, porque temos identificado pacientes oncológicos cada vez mais críticos. Identificamos no último mês um aumento de infartos e de casos de acidente vascular cerebral também. Mas a criticidade dos pacientes está muito relacionada ao atendimento de alta complexidade. Também os nossos transplantados, quando têm qualquer tipo de complicação, procuram nossa emergência. Hoje nosso cenário é esse”, relata.
Os quatro pronto atendimentos da Capital também operavam acima da capacidade. No PA da Cruzeiro do Sul, que conta com 12 leitos disponíveis, a ocupação chegava a 233,33%, com 28 pacientes internados. Na Unidade de Pronto Atendimento Moacyr Scliar, na Zona Norte, que tem 17 leitos, a lotação era de 217,65%,com 37 internações. Nas emergências pediátricas, o cenário era semelhante, com quatro das seis unidades de pediatria operando acima da capacidade: Clínicas (244,44%), Nossa Senhora da Conceição (162,5%), Santo Antônio (136,6%) e Hospital Materno Infantil Presidente Vargas (125%).