Empreendedorismo, reinvenção e solidariedade ajudam no combate à pandemia em Esteio

Empreendedorismo, reinvenção e solidariedade ajudam no combate à pandemia em Esteio

Proprietário de food-trailer decidiu anexar uma máscara descartável a cada lanche solicitado

Fernanda Bassôa

A iniciativa acontece em conjunto com a mãe do empresário, a costureira Leni Catarina Morais da Silva.

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Em meio à crise social e econômica que a pandemia do novo coronavirus tem provocado, não apenas nas grandes capitais brasileiras, mas também nas periferias e nos municípios da região metropolitana, há quem use o espírito empreendedor para somar de forma positiva junto à rede de solidariedade criada para combater os efeitos danosos provocados pelo Covid-19.

Em Esteio, o proprietário de um food-trailler, especializado em lanches, que tem como carro chefe a carne de porco, Rodrigo Morais Santos da Silva, 44 anos, resolveu inovar sem lucrar. A cada pedido entregue, uma máscara descartável é anexada junto ao lanche. “A ideia surgiu a partir da preocupação com a saúde dos nossos clientes, em especial dos idosos e daqueles que fazem parte do grupo de risco,” comenta Rodrigo.

Diante das orientações de isolamento social e de distanciamento, a empresa do esteiense atende somente por entregas, cujos pedidos são feitos pelo aplicativo. “Temos a opção de entrega sem contato humano, em que o entregador deixa em um local, sem que precise ter contato com o cliente. Isso deixa nossos clientes mais descansados e com isso as vendas continuam normais,” diz Rodrigo. A iniciativa acontece em conjunto com a mãe do empresário, a costureira Leni Catarina Morais da Silva, 66 anos, que tem um ateliê dentro da sua casa. As máscaras são produzidas artesanalmente e feitas de TNT, tendo durabilidade de, no máximo, três lavadas. A ação, reforça ele, também está relacionada com o bem-estar psicológico, ao se sentirem protegidos. “A ideia foi realmente uma iniciativa de proteção, de preservar os clientes, já que não houve aumento de preço em nenhum de nossos lanches.” Em três semanas, 56 máscaras já foram entregues.

O empresário explica que o equipamento de proteção individual acompanha qualquer item do cardápio, com exceção das porções. “Pode ser hambúrguer, sanduíche ou algum prato. Acreditamos que, desta forma, estaremos contribuindo para que mais pessoas tenham acesso ao uso da máscara.” Silva diz que, mesmo não realizando eventos na rua e nem em festas particulares, o processo de higienização é feito ainda com mais intensidade. “Lavamos as mãos antes e depois de fazer os lanches e quando repassamos o lanche ao motoboy, além do álcool gel 70% e álcool nas superfícies da cozinha. Pequenas atitudes podem fazer uma grande diferença. A ideia é realmente praticar o isolamento social e quando precisar sair, utilizar a máscara,” completa.


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