Enchente afeta moradores de Eldorado do Sul e Guaíba

Enchente afeta moradores de Eldorado do Sul e Guaíba

Nível do Guaíba ultrapassou a cota de cheia na tarde desta segunda-feira

Paula Maia

Os alagamentos em Eldorado do Sul surpreenderam os moradores

publicidade

Nas primeiras horas da manhã desta segunda-feira, o nível do Guaíba atingiu 3,04 metros, no Cais Mauá, resultando alagamentos em Eldorado do Sul e Guaíba. No Cais Mauá, a cota de alerta é de 2,50 metros e a de inundação é de 3,00 metros. 

A situação de Eldorado do Sul surpreendeu até as forças de segurança. O agente da Defesa Civil Paulo Pereira, que estava ajudando os moradores do bairro Picada a retirar os pertences das suas casas, revelou que o resultado da enchente foi surpreendente.

“ A enchente nos pegou de surpresa de novo, mais uma vez. Mas estamos com toda a equipe da prefeitura, defesa civil trabalhando, ajudando as famílias”, ressaltou.

Clovis Ferri mora em Eldorado do Sul há 50 anos e está preocupado com a velocidade que a água está subindo. A sua casa fica na rua Piratini, no bairro Itaí, perto do viaduto. Ele afirma que, apesar das chuvas anteriores, foi a primeira vez que entrou água na sua casa. Mesmo com medo, ele ainda pretende ficar em casa com a esposa e as duas filhas de 7 e 8 anos.

“A noite foi tranquila. Oito horas da manhã não tinha água na rua. A água começou a entrar em casa depois das 11h. E já cortaram a energia. A tendência é subir mais ainda agora de tarde”, contou.

A casa da diarista Luciane, no bairro Picada, ficou totalmente alagada. Com a ajuda da Defesa Civil, ela conseguiu salvar parte dos móveis e buscar abrigo na casa de sua irmã, em Porto Alegre, diante da impossibilidade de permanecer em sua residência.

Em Guaíba, a situação também não é de tranquilidade. A água chegou na porta do aposentado Israel Santos às 22h do domingo. Na enchente de setembro, as águas já haviam invadido a casa e ele perdeu móveis e a geladeira. Mesmo morando sozinho, ainda não considerou sair de casa. Na ocasião anterior ele buscou refúgio na casa de familiares durante os dez dias em que as águas cobriam a residência.

“A água ainda está aqui na porta. Da outra vez alagou tudo aqui. Espero que não suba mais. Duas horas da manhã eu estava aqui na rua cuidando a água”, declarou.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895