Enchente deixa rastro de destruição em Eldorado do Sul
As ruas dos bairros mais atingidos de Eldorado do Sul estão repletas de móveis e outros utensílios domésticos de quem teve a suas casas submersas pelas águas
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As ruas dos bairros mais atingidos pela enchente histórica que devastou boa parte de Eldorado do Sul estão repletas pelos móveis e outros utensílios domésticos de quem teve a suas casas submersas pelas águas. Muitos moradores aproveitaram o domingo de sol para tentar organizar e contabilizar os prejuízos sofridos. De acordo com a Defesa Civil da cidade, são 1.200 desalojados e 100 pessoas no abrigo temporário. O Exército está apoiando na entrega de material de limpeza, alimentação e água.
A cozinheira Valdirene Alves e o marido Marcos Roberto Ávila moram no bairro Cidade Verde, um dos mais atingidos pelas águas. Eles saíram de casa no domingo à noite com água no peito e ficaram em um abrigo provisório com os dois filhos.
O casal voltou para a sua residência no sábado aproveitou o domingo de sol para avaliar os estragos. Valdirene e seu marido expressaram seu desejo de sair da cidade o mais rápido possível, desmotivados pela incerteza e pelos danos irreparáveis.
Valdirene enfatiza a dificuldade de vender a casa e sugere que a prefeitura ofereça alguma forma de indenização para os moradores interessados em deixar a região. Ela argumenta: "Não adianta comprarmos tudo novamente. Haverá outra enchente. Não há mais segurança aqui. Isso aqui vai virar um deserto. Desta vez, o alagamento afetou a todos, independente da classe social".
Além de suas perdas pessoais, Valdirene, que trabalha como cozinheira, também perdeu todo o seu equipamento de trabalho, agravando ainda mais sua situação. Ela afirma que não sabe o que vai fazer. “Parece que a gente ainda não acordou, isso não parece realidade. A gente nem sabe o que vai fazer amanhã. Agora é um dia de cada vez”, declarou.