Enchente deixa rastro de destruição em Eldorado do Sul

Enchente deixa rastro de destruição em Eldorado do Sul

As ruas dos bairros mais atingidos de Eldorado do Sul estão repletas de móveis e outros utensílios domésticos de quem teve a suas casas submersas pelas águas

Paula Maia

Marcos Roberto Ávila e Valdirene Alves são moradores do bairro Cidade Verde em Eldorado do Sul e pretendem sair da cidade para não passarem por mais alagamentos

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As ruas dos bairros mais atingidos pela enchente histórica que devastou boa parte de Eldorado do Sul estão repletas pelos móveis e outros utensílios domésticos de quem teve a suas casas submersas pelas águas. Muitos moradores aproveitaram o domingo de sol para tentar organizar e contabilizar os prejuízos sofridos. De acordo com a Defesa Civil da cidade, são 1.200 desalojados e 100 pessoas no abrigo temporário. O Exército está apoiando na entrega de material de limpeza, alimentação e água. 

A cozinheira Valdirene Alves e o marido Marcos Roberto Ávila moram no bairro Cidade Verde, um dos mais atingidos pelas águas. Eles saíram de casa no domingo à noite com água no peito e ficaram em um abrigo provisório com os dois filhos.

O casal voltou para a sua residência no sábado aproveitou o domingo de sol para avaliar os estragos. Valdirene e seu marido expressaram seu desejo de sair da cidade o mais rápido possível, desmotivados pela incerteza e pelos danos irreparáveis.

Valdirene enfatiza a dificuldade de vender a casa e sugere que a prefeitura ofereça alguma forma de indenização para os moradores interessados em deixar a região. Ela argumenta: "Não adianta comprarmos tudo novamente. Haverá outra enchente. Não há mais segurança aqui. Isso aqui vai virar um deserto. Desta vez, o alagamento afetou a todos, independente da classe social".

Além de suas perdas pessoais, Valdirene, que trabalha como cozinheira, também perdeu todo o seu equipamento de trabalho, agravando ainda mais sua situação. Ela afirma que não sabe o que vai fazer. “Parece que a gente ainda não acordou, isso não parece realidade. A gente nem sabe o que vai fazer amanhã. Agora é um dia de cada vez”, declarou.


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