Enchente fecha postos de saúde, inunda ruas e isola moradores nas ilhas de Porto Alegre

Enchente fecha postos de saúde, inunda ruas e isola moradores nas ilhas de Porto Alegre

Ruas do Arquipélago permaneceram vazias nesta terça com habitantes em meio à tormenta

Felipe Faleiro

Na Ilha das Flores, casas ficaram embaixo d'água nesta terça

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A água do Jacuí e do Guaíba nas ilhas de Porto Alegre esteve alta nesta terça-feira como há muito tempo não era visto, inundando ruas, casas, comércios, preocupando moradores e comprometendo a realização de serviços. As ruas estiveram desertas, com o baixo movimento justificado pelo aumento do nível do curso da água e pela ventania que agravava a situação dos ribeirinhos. Por causa dos alagamentos, as unidades de saúde Ilha da Pintada e Ilha do Pavão fecharam as portas hoje.

O mesmo ocorreu com a casa de vacinas do posto de saúde da Ilha Grande dos Marinheiros. A situação dos postos não havia sido registrada até então. As águas subiram até o nível de 2,46 metros na régua manual da Ilha da Pintada, local onde a cota de alerta é de dois metros, e a de inundação, 2,20 metros. Junto a sede da Colônia de Pescadores Z-5, na rua Nossa Senhora da Boa Viagem, na Pintada, havia cavaletes da Empresa Pública de Transporte e Circulação (EPTC) impedindo o trânsito na área.

O vento de quadrante oeste também empurrava a água na direção do Arquipélago. Muitos moradores não conseguiram sair de suas residências, e alguns automóveis conseguiram passar pela tormenta por pouco. Na Ilha Grande dos Marinheiros, a água estava alta na altura da primeira ponte, antes de acessar o norte da ilha, área de vulnerabilidade social. Conforme a Fundação de Assistência Social e Cidadania (Fasc), 69 pessoas estavam abrigadas hoje pela manhã nos abrigos montados nas ilhas, sendo 40 na Escola Estadual Alvarenga Peixoto, nos Marinheiros, e 29 na Igreja Nossa Senhora da Boa Viagem, na Pintada.

Ainda nos Marinheiros, moradores reclamavam da falta de energia elétrica desde horas antes, relatando que a CEEE Grupo Equatorial havia desligado o fornecimento de luz por riscos à segurança dos habitantes da área. Na Ilha das Flores, a altura da água era tamanha que quase ultrapassou as pontes improvisadas por moradores em áreas próximas à BR 290. Já na Ilha do Pavão, marinas e sedes náuticas de associações alagaram.


Correio do Povo
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