Encontro na Federasul discute desafios da ampliação da reciclagem do plástico

Encontro na Federasul discute desafios da ampliação da reciclagem do plástico

Evento trouxe experiência dos setores público e privado na ampliação da logística reversa do material

Felipe Faleiro

Gustavo Santos, da Braskem, detalhou metas da empresa

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A importância do acordo global para ampliação da reciclagem do plástico e o estado atual da economia circular foram discutidas na manhã desta sexta-feira no Meeting Jurídico, promovido pela Federação de Entidades Empresariais do RS (Federasul) em sua sede, em Porto Alegre. Os convidados para o encontro foram a coordenadora do Programa de Resíduos da Fundação Estadual de Proteção Ambiental (Fepam), Daiene Gomes Zagonel, e o coordenador de Relações Institucionais da Global Advocacy da Braskem, Gustavo Boni dos Santos.

Daiene detalhou a minuta de uma resolução do Conselho Estadual do Meio Ambiente (Consema), a ser publicada brevemente, e que já foi à consulta pública, estabelecendo as diretrizes para a implantação da logística reversa de embalagens em geral no estado. O sistema deverá beneficiar, por exemplo, cooperativas atuando com recicladores, que serão parceiras neste tipo de ação. “A partir do consumidor, vamos ter a segregação deste resíduo, evitando que ele chegue no aterro”, afirmou ela.

A minuta também estabelece que deve haver sistemas de logística reversa por parte de fabricantes, importadores, distribuidores e comerciantes de produtos que gerem resíduos no RS. Estabelece também o Manifesto de Transporte de Resíduos (MTR), emitido pelo gerador para o controle logístico dos resíduos gerados, e o Certificado de Destinação Final de Resíduos (CDF), preenchido pelo destinatário como forma de atestar a tecnologia aplicada nos mesmos após o recebimento.

Santos detalhou os compromissos da Braskem para respeitar o acordo mundial dos plásticos, ressaltando que a empresa tem como uma das metas o aumento da venda de produtos reciclados. Até 2025, a Braskem estabeleceu comercializar 300 mil toneladas por ano neste formato, número que é projetado aumentar para 1 milhão de toneladas anuais em 2030, assim como a recuperação de 1,5 milhão de toneladas por ano de resíduos plásticos.

Ele também reafirmou o papel da empresa e dos países no Comitês de Negociação Intergovernamental em Poluição Plástica (INC) do Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (Pnuma, na sigla em português). “Há alguns anos, a Braskem deixou de ser uma empresa que apenas produz plásticos, para ser uma recicladora, e isto se reflete nas nossas metas. Em 2022 fechamos as vendas em 54 mil toneladas por ano, então é algo desafiador. E isto só vai ser possível se tivermos políticas públicas adequadas e incentivo em logística reversa”, disse ele.


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