Enfermeiros de hospital de Sapucaia do Sul denunciam más condições de trabalho e atrasos salariais

Enfermeiros de hospital de Sapucaia do Sul denunciam más condições de trabalho e atrasos salariais

Trabalhadores farão protesto nesta sexta-feira em frente ao Getúlio Vargas

Fernanda Bassôa

Os trabalhadores reclamam de atraso nos salários

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Trabalhadores da Fundação Hospitalar Getúlio Vargas (FHGV), que gerencia os atendimentos no Hospital Getúlio Vargas, Samu e na UPA 24 Horas, em Sapucaia do Sul, farão um ato de protesto nesta sexta-feira (29), a partir das 13h, em frente ao hospital. A intenção, de acordo com o presidente do Sindicato dos Enfermeiros do Rio Grande do Sul (Sergs), Estevão Finger, é denunciar as práticas de atrasos salariais, bem como as más condições de trabalho a que estão sendo submetidos os profissionais da saúde. “Há meses que os salários estão sendo pagos com muitos dias de atraso. Isso tem sido uma prática recorrente.”

Conforme Finger, há relatos de que falta carne para alimentação dos pacientes e profissionais, sem falar nos materiais de trabalho. “Faltam materiais de enfermagem que podem afetar o cuidado com o paciente diabético. Faltam roupas de cama, lençol e cobertores. Também há informação de que faltam insumos específicos para curativo de cateter venoso central, o que aumenta o risco de infecção, sobretudo para crianças recém nascidos.” O movimento tem apoio do Sindicato dos Farmacêuticos.

A Fundação Hospitalar Getúlio Vargas informou, por meio de sua assessoria, que os salários dos enfermeiros referente ao mês de fevereiro, foram pagos na última terça-feira (26) de forma integral. Em função da falta de repasses do governo do Estado (quase R$ 15 milhões em atraso, segundo a instituição), há situações pontuais em que falta um ou outro material. A FHGV ainda esclarece que a data para o vencimento dos salários é quinto dia útil de cada mês. 

A Secretaria Estadual da Saúde informa que os hospitais públicos municipais do Rio Grande do Sul receberam, em 1º de março, R$ 16 milhões, incluindo a Fundação Hospitalar Getúlio Vargas. O valor corresponde a 100% do previsto para o mês de janeiro. Além disso, no último dia 11, o Estado repassou aos estabelecimentos R$ 46,5 milhões, recebidos do Ministério da Saúde, para procedimentos pelo SUS. A partir de abril, o governo projeta pagar a hospitais e municípios a dívida de valores empenhados. Os R$ 488 milhões devidos entre 2014 e 2018 serão pagos em 36 parcelas. Ainda em abril, o Estado prevê retomar a regularidade nos repasses.


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