Entenda o fenômeno que causou temporal no Noroeste do Rio Grande do Sul

Entenda o fenômeno que causou temporal no Noroeste do Rio Grande do Sul

Episódio mais grave ocorreu em Giruá, na noite dessa quarta-feira

Correio do Povo

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O fenômeno que provocou o temporal no Noroeste do Rio Grande do Sul e o desabamento em Giruá tem nome: Complexo Convectivo de Mesoescala (CCM). Segundo a MetSul Meteorologia, a cidade gaúcha registrou um episódio mais grave, que terminou com uma morte e quase 60 pessoas feridas.  

O Complexo Convectivo de Mesoescala é um grande aglomerado circular e de longa duração de nuvens muito carregadas, de grande desenvolvimento vertical, que podem atingir de dez a 20 quilômetros de altura. De acordo com a MetSul, estes aglomerados são identificados a partir de imagens de satélite, e costumeiramente provocam chuva forte a intensa e tempestades.

O nome complexo decorre do fato de serem muitas áreas de tempestade reunidas em um mesmo sistema e que podem provocar chuva volumosa e tempestades fortes a severas de vento e granizo, não raro com fenômenos mais extremos como tornados e microexplosões atmosféricas.

Estes sistemas costumam ocorrer em vários continentes. Na América do Sul, de acordo com a literatura técnica, ocorrem alguns dos CCMs mais intensos do mundo, e tendem a se formar entre o Norte e o Nordeste da Argentina, o Paraguai e o Sul do Brasil. O Paraguai, em especial, costuma registrar uma frequência altíssima deste tipo de fenômeno.

 

 

 

Como se formam estes CCMs? 

Um número de tempestades individuais se desenvolve numa região onde as condições são favoráveis para convecção (movimento ascendente do ar). No estágio de formação, que é o mais perigoso e com maior propensão para as tempestades severas, vários núcleos de tempestade se fundem. Estes complexos convectivos ocorrem sob uma atmosfera quente e úmida, por isso é um fenômeno comum em meses da primavera e do verão enquanto no outono e no inverno são muito menos frequentes.

Normalmente, ocorrem em dias muito quentes e com fortes abafamento. Normalmente, estes sistemas enormes de tempestade se formam no período noturno, especialmente a partir do fim da tarde e o começo da noite, e enfraquecem ou se dissipam no dia seguinte. Estudos mostram que o ciclo de vida de um CCM tem seu horário de máxima extensão durante a madrugada na grande maioria dos casos observados.


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