Escalada nos casos de dengue aumenta venda de repelentes

Escalada nos casos de dengue aumenta venda de repelentes

A procura por vacina contra a dengue também aumentou

Paula Maia

Rede de farmácia registrou aumento de 80% na procura por repelente

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O Brasil enfrenta uma preocupante escalada nos casos de dengue, superando a marca de meio milhão de casos prováveis. No Rio Grande do Sul, já são 3.193 casos confirmados, com 466 municípios afetados pela infestação do mosquito transmissor. A capital já registrou 51 casos da doença.

Este aumento tem impulsionado a busca por medidas preventivas, refletindo-se no significativo aumento nas vendas de repelentes, conforme relatado por Bruna Demirof, atendente da rede de farmácias Panvel. Desde o início do mês, as vendas de repelentes aumentaram em até 80%, com destaque para os produtos destinados ao uso infantil.

A demanda foi tão expressiva que o estoque precisou ser reavaliado para atender à crescente procura. Bruna também destaca um aumento na procura por vacina contra a dengue, com uma média de quatro pessoas por dia procurando informações sobre o imunizante.

“ Faz umas duas semanas que começou uma maior procura por repelente. Era uma coisa que não tinha saída muito alta. As pessoas estão sabendo o que está acontecendo e estão vindo atrás para se precaver. Antes era mais quando a pessoa ia viajar, agora é para uso diário, na cidade mesmo”, ponderou.

Esta tendência é corroborada por Denise Falcão, operadora financeira da rede de farmácias São João, que relata um aumento de cerca de 30% na procura tanto por repelentes quanto por vacinas desde o início do mês. Ela destaca que os kits que têm os produtos para adultos e crianças têm uma procura maior.

Procura por repelentes após aumento dos casos de dengue | Foto: Guilherme Almeida

O relato da professora Andrea Pereira, residente em Santo Ângelo, reforça a percepção da necessidade de proteção. Ela estava em uma farmácia na região central de Porto Alegre e mencionou ter notado um aumento significativo na presença de mosquitos e, consequentemente, adotou o uso diário de repelentes como medida preventiva.

“Eu senti o aumento dos mosquitos. Eu não tinha o hábito de usar repelente com frequência, só que agora é inevitável. Tem que usar praticamente todo dia.”

Casos de dengue em Porto Alegre

Dos 51 casos contabilizados na Capital, 31 foram contraídos na cidade (casos autóctones), 13 são importados (infecção fora da cidade) e sete não têm local de infecção determinado.

Os casos estão distribuídos em 29 bairros: Auxiliadora, Azenha, Bela Vista, Bom Fim, Centro Histórico, Cristal, Guarujá, Higienópolis, Hípica, Jardim Lindoia, Lami, Lomba do Pinheiro, Mário Quintana, Morro Santana, Medianeira, Parque Santa Fé, Partenon, Passo da Areia, Petrópolis, Ponta Grossa, Restinga, Rubem Berta, São João, São José, Santa Tereza, Sarandi, Tristeza, Vila Ipiranga e Vila Nova.

Vacinação

De acordo com o cronograma estipulado pelo Ministério da Saúde, o Rio Grande do Sul ficou de fora da primeira fase da vacinação contra a dengue neste ano. Os gaúchos só poderão ter acesso ao imunizante, com alta proteção contra a doença e contra casos graves que necessitam de hospitalização, na rede privada. Os valores das doses da vacina da dengue variam de R$ 390 e R$ 490. Para completar o esquema de vacinação são necessárias duas doses.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895