Especialistas discutem ações conjuntas de saúde única nas fronteiras

Especialistas discutem ações conjuntas de saúde única nas fronteiras

Porto Alegre sedia a 1ª Reunião Técnica sobre Saúde Única nas Fronteiras do Rio Grande do Sul

Felipe Samuel

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Com foco na definição de uma agenda conjunta nas áreas da ciência, tecnologia e inovação no campo da saúde única, especialistas do Brasil, Uruguai e Argentina participaram nesta sexta-feira da 1ª Reunião Técnica sobre Saúde Única nas Fronteiras do Rio Grande do Sul, na sede do Instituto de Ciências Básicas da Saúde da Universidade Federal do RS (UFRGS), em Porto Alegre. Ações de ensino e pesquisa e a operacionalização de práticas integradas em países da tríplice fronteira foram os temas tratados.

Representante da Organização Pan-Americana da Saúde (OPas), Carlos Arosquipa destacou a importância de uma abordagem inovadora sobre o tema, a necessidade de prevenir futuras pandemias e integrar espaços de fronteira. “As futuras pandemias que devem acontecer serão em função da invasão de espaços naturais, mas também derivadas de espaços onde tem animais silvestres. Precisamos melhorar o nosso trabalho integrado, conjunto, entre saúde humana, ambiental e animal”, ressaltou.

A secretária executiva da Rede Saúde Única da Fiocruz, Joyce Mendes de Andrades Schramm, sustentou que o objetivo da reunião é a troca de experiências no campo da Saúde Única. “A ideia é prepararmos uma agenda de trabalho conjunta futuramente na área de ciência, tecnologia e inovação”, completou. A secretária adjunta da Saúde, Ana Costa, afirmou que a união da ciência com a gestão pública permitiu o enfrentamento das dificuldades vividas com a pandemia. “Desejamos que esta reunião resulte em encaminhamentos concretos para a nossa rede de saúde única”, afirmou.

Para o coordenador do Centro de Relações Internacionais em Saúde da Fiocruz, Paulo Buss, ressaltou o impacto da Covid-19 e destacou que o mundo não enfrentava uma pandemia desde 1918. “É uma enfermidade explicada no contexto da Saúde Única. É um enfermidade gerada pelo contato de animais silvestres com seres humanos em ambientes degradados ou transbordamento de espécies. E aí tivemos uma pandemia. Não sabemos quando, mas seguramente virá outra pandemia”, afirmou.

“Grandes epidemiologistas do mundo dizem isso, não se trata mais de se, mas quando teremos uma nova pandemia. Precisamos nos preprarar e definitivamente se a saúde pública tem uma missão nesse século 21 depois da Covid-19 é impedir uma nova pandemia”, completou. O vice-governador Gabriel Souza destacou a importância do debate. “Temos que estar vigilantes porque não queremos viver mais do que vivemos pouco tempo atrás com a pandemia de Covid-19, mas sabemos que é extremamente possivel que tenhamos uma pandemia nos próximos anos no mundo. E naturalmente a saúde única é fundamental”, salientou.

 


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