“Estamos diante da maior tragédia em termos de enchente", diz prefeito de São Sebastião do Caí

A cidade de São Sebastião do Caí vive o pior momento da história da cidade, causado pela cheia do Rio Caí, de acordo com o prefeito Júlio Campani. Neste domingo, o rio chegou na marca dos 15,89 metros, alagando muitas ruas do Centro da cidade, além dos bairros Navegantes, Quilombo e Vila Rica, que geralmente são afetados pela inundação.

O Ginásio do bairro Rio Branco abriga no momento 46 famílias, num total de 150 pessoas, superlotando o local. Outras 57 famílias foram encaminhadas para o Parque Centenário, que está aberto recebendo novas pessoas resgatadas. Neste domingo, além das equipes da Prefeitura, Defesa Civil e Corpo de Bombeiros, a remoção de moradores conta com o auxílio do resgate aéreo.   

“Estamos diante da maior tragédia de São Sebastião do Caí em termos de enchente. O Rio Caí atingiu o nível de 16 metros, algo nunca visto na história da nossa cidade. Isso não invalidou que nossas equipes tenham continuado a trabalhar. Elas seguem atuando de forma incansável desde quarta-feira e hoje recebemos o apoio do helicóptero da Brigada Militar.”

De acordo com o prefeito, militares do Exército devem se unir com barcos potentes auxiliar nos resgates. “Estes barcos vem para somar, para que se possa entrar em regiões onde a correnteza é muito forte. Estamos atentos e sabemos que existem pessoas que ainda não foram resgatadas, mas a força da água não nos permitiu entrar com barcos com motores menos potentes. Isso deverá ser resolvido hoje. Não sabemos ainda de que forma iremos reconstruir a nossa cidade.”  

O rio Caí entre em sistema de alerta quando chega a 7 metros. A cota de inundação é acionada quando ele atinge a marca de 10,50m. É neste momento que se inicia a remoção das famílias.  

Montenegro registra oitava inundação desde junho  

A cidade de Montenegro, no Vale do Caí, contabiliza a oitava inundação desde junho. Neste domingo, após a chuvarada que atingiu a região entre sexta e sábado, o Rio Caí atingiu a marca dos 8,90 metros passando da cota de inundação, que é de 6 metros.

De acordo com o coordenador da Defesa Civil do município, Clóvis Eduardo Pereira, foram atendidas 64 ocorrências, 227 pessoas estão desalojadas e acolhidas na casa de parentes ou amigos, 36 pessoas estão abrigadas no ginásio Domingão, no Parque Centenário, e 24 animais foram resgatados.

“Os principais bairros atingidos pelos alagamentos são Ferroviário, Olaria, centro, Industrial, Municipal, Passo do Manduca e Volta Donacleto. O rio segue em elevação. Ele sobe 10 centímetros por hora e a previsão é que passe dos 9,30m já no meio da tarde de domingo", disse.