Estiagem e descarte irregular de resíduos afetam vazão do rio dos Sinos

Estiagem e descarte irregular de resíduos afetam vazão do rio dos Sinos

Enquanto isso, níveis dos principais cursos d'água da Região Metropolitana continuam oscilando

Felipe Faleiro

Em Nova Santa Rita, rio dos Sinos também está mais baixo do que o habitual

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A Secretaria Municipal do Meio Ambiente (Sema) de Campo Bom se manifestou sobre o aparecimento de peixes mortos no rio dos Sinos nesta semana. Conforme o titular da pasta, João Flávio da Rosa, eles foram trazidos à divisa do município pelo curso do rio. “Entendemos que isso se dá muito em função da combinação de alguns fatores: a seca prolongada e consequentemente a baixa vazão do rio, a chuva que ocorreu na última terça-feira e acabou levando uma carga orgânica muito grande acumulada nas margens dos arroios, e não se descarta a hipótese de lançamento irregular de materiais nos cursos hídricos, como esgoto sanitário bruto”, afirmou ele.

A Prefeitura não soube estimar o volume de peixes que apareceu sem vida. Rosa, porém, comemorou o aumento da vazão do rio, que, segundo ele, “veio em boa hora”. “Conseguimos dar uma respirada, uma amenizada, o que é muito bom. O rio agradece esta chuva que veio, mas precisamos de mais ainda”. A fala veio após um crescimento de 70% no nível, depois do aumento proporcional no fluxo de água no Sinos, registrado de terça para quarta-feira, elevando a altura da lâmina d'água para mais de 3 metros. 

As chuvas do início da semana, no entanto, já não estão causando mais significativos efeitos nas bacias, tanto do Sinos quanto nos demais rios importantes da Região Metropolitana de Porto Alegre. Com isso, as marcas aferidas pelas medições regulares voltaram a cair. Em Campo Bom, a régua de medição mantida pela Agência Nacional de Águas (ANA) registrou 2,56 metros no nível da água na manhã de hoje. Já no Centro de São Leopoldo, também no Sinos, a régua marcava 1,48 metro.

E, na foz do rio Paranhana, no município de Taquara, 78 centímetros. Em Novo Hamburgo, a medição da Companhia Municipal de Saneamento (Comusa) registrou 3,68 metros. No rio Gravataí, os níveis apresentaram oscilação, mas com tendência de queda. A régua do Balneário Passo das Canoas, em Gravataí, mantida pela Secretaria Estadual de Meio Ambiente e Infraestrutura, alcançou a marca de 1,83 metro no início da manhã. Enquanto isso, em Alvorada, a marcação da Estação de Tratamento de Água (ETA) da Corsan marcava 1,78 metro. 

Hoje, também prossegue a retirada de lixo junto às plantas aquáticas no leito do Gravataí, em Cachoeirinha. O material já está sendo levado para uma área a sete quilômetros do píer da Praça do Ecoturismo, onde há a base de operações, e onde também está uma das contenções instaladas para barrar os resíduos que vêm pelo rio. Enquanto isto, no Guaíba, a régua de medição do Cais Mauá, no Centro Histórico de Porto Alegre, anotou 62 centímetros. No trapiche da Praia da Pedreira, no interior do Parque Estadual de Itapuã, em Viamão, a marca alcançada foi de 27 centímetros. No terminal hidroviário da CatSul, em Guaíba, 60 centímetros.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895