Estiagem se agrava em Bagé

Estiagem se agrava em Bagé

Como ação para amenizar os efeitos do racionamento, a autarquia investe em caminhões-pipa para apoiarem o abastecimento

Angélica Barcellos

Caminhões-pipa ajudam no abastecimento de água na região

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No dia em que o racionamento de 12 horas completa um mês em Bagé, a escassez de água segue se agravando na Campanha. A Barragem da Sanga Rasa, principal fonte de abastecimento da cidade, está 6,40 metros abaixo do normal, nível preocupante para o Departamento de Água, Arroios e Esgoto de Bagé (Daeb).

Como ação para amenizar os efeitos do racionamento, implantado há exatamente um mês, a autarquia investe em caminhões-pipa para apoiarem o abastecimento. No total, são quatro veículos que atendem as necessidades nas zonas urbana e rural. A novidade é os dois caminhões-pipa que foram confeccionados a partir de um tanque inservível de 28 mil litros doado há alguns anos pela Receita Federal e que estava parado por não ter carreta para transportar e por ser muito grande para manobrar.

A partir disso, foram construídas duas pipas, uma de 10 mil litros e outra de 15 mil litros. O investimento foi de R$ 90 mil. Segundo o DAEB, um veículo novo, de 10 mil litros custa R$ 150 mil. A autarquia ainda possui um caminhão-pipa alugado, de 15 mil litros e conta ainda com o caminhão do Exército, que possui capacidade de 12 mil litros. O veículo militar está atendendo no momento o Presídio Regional de Bagé. Com isto, outros caminhões da autarquia podem fornecer água para mais locais da cidade.

Mesmo com o racionamento que dividiu a cidade em duas zonas, tendo o fornecimento suspenso por 12 horas todos os dias em cada uma das áreas, o DAEB percebeu um aumento no consumo diário da população. Segundo os dados de leitura dos hidrômetros, em dezembro a média diária de consumo foi de 17.051 metros cúbicos. Em janeiro, este número cresceu para 18.343 metros cúbicos e em 27 dias de fevereiro, o consumo chegou a 18.963  metros cúbicos. O Daeb alerta a população para  este consumo elevado e que a escassez de chuva segue na cidade. As outras barragens também estão com níveis baixos, sendo a Piray 3,70 metros negativos e a Emergencial 0,60 centímetros abaixo do vertedouro.

O Departamento pede que as pessoas cuidem de vazamentos internos e até mesmo torneiras pingando. O Daeb lembra ainda que segue proibido o uso de água da rede pública para situações que não são prioritárias. A mesma proibição ocorre em Pelotas, maior cidade da zona sul. A Barragem Santa Bárbara, que abastece 60% da cidade, está 2,61 metros abaixo do nível ideal, mas como a Estação de Tratamento de Água está operando a pleno não há problemas de abastecimento, conforme o Serviço Autônomo de Saneamento de Pelotas (SANEP). A autarquia segue fornecendo água, por meio de caminhões -pipas para 3,2 mil famílias. Os dois municípios estão incluídos na lista de mais de 350 que decretaram emergência em função da estiagem.


Correio do Povo
DESDE 1º DE OUTUBRO 1895