Estrela fica dividida em três "ilhas" por enchente e agora moradores se preocupam com frio

Estrela fica dividida em três "ilhas" por enchente e agora moradores se preocupam com frio

Muitos dos isolados vão passar a noite em locais improvisados, em galpões, escolas, igrejas ou no próprio trabalho

Felipe Faleiro

Vários pontos da cidade são acessíveis apenas de barco

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A água do rio Taquari baixou cerca de um metro, para algo em torno de 28 metros, no Centro de Estrela na noite desta terça-feira. Ainda assim, a invasão nas ruas fez com que o município fosse dividido em três "ilhas", cada qual isolada das outras, e acessíveis apenas de barco. A queda nas temperaturas é um agravante aos moradores, que precisam se abrigar em locais diferentes de suas casas para passar a noite. Os estragos dos temporais em todo o RS deixaram ao menos 21 mortos e centenas de deslocados de suas casas.

Na agência da Caixa na área central do município, os gerentes Rafael Ritt e Alexandre Costa devem dormir na própria agência. Ambos moradores de Lajeado, eles se juntaram ao grupo de ilhados em um raio de oito ruas no Centro de Estrela. "Estamos aguardando as águas baixarem para podermos retornar. Nossas famílias estão avisadas. Pedimos um acesso especial ao banco para podermos permanecer aqui", comentou Ritti.

Já Costa observou que é inédita a situação das águas do Taquari subirem com tamanha velocidade. "Chegamos na parte da manhã e ainda estava tranquilo. Mas depois começou a subir muito rapidamente. Trabalho em Estrela há cinco anos, e nunca tinha visto uma enchente tão forte que tenha bloqueado todos os acessos. Sempre havia algo disponível para retornarmos a Bom Retiro do Sul ou Lajeado", afirmou.

Já a diretora do Colégio Santo Antônio, da rede privada de ensino de Estrela, Cláudia Argiles da Costa, organizou abrigo para 12 pessoas no local. "Consegui abrigar todas", contou ela. Na cidade, que registrou uma morte causada pelo temporal desta segunda-feira, a água chegou ao máximo de 29,62 metros por medição manual, fazendo com que esta enchente seja a segunda pior da história do município, perdendo apenas para 1941, quando as águas chegaram a 29,98 metros, de acordo com a Defesa Civil Municipal.


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