Ex-combatentes de Monte Castelo participam de encontro em Porto Alegre

Ex-combatentes de Monte Castelo participam de encontro em Porto Alegre

Palestras ocorrem no auditório do Comando Militar do Sul (CMS) e no Colégio Militar

Felipe Samuel

Promovido pela Associação Nacional de Veteranos da FEB (ANVFEB), evento inclui palestras, visita guiada ao Museu Militar do CMS e homenagens

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Ex-combatentes que lutaram na Batalha de Monte Castelo, na Itália, durante a 2ª Guerra Mundial, participaram nesta segunda-feira, em Porto Alegre, da abertura do XXXII Encontro Nacional de Veteranos da Força Expedicionária Brasileira (FEB). Realizado no auditório do Comando Militar do Sul (CMS), o encontro vai até quinta-feira e vai oferecer uma série de palestras sobre a presença da FEB no conflito travado no Norte da Itália entre as tropas aliadas e as forças do Exército Alemão.

Promovida pela Associação Nacional de Veteranos da FEB (ANVFEB), a programação inclui palestras, visita guiada ao Museu Militar do CMS e homenagens. O presidente da ANVFEB, capitão Elmo Diniz afirma que a participação da FEB na tomada de Monte Castelo marca um momento importante da história do país. “Feito da FEB na Itália foi dignificante e elevou bastante o nome do Brasil e do soldado brasileiro especialmente”, afirma Diniz, que era responsável pelo fardamento do Grupo de Artilharia e participou da conquista de Monte Castelo.  

Vice-presidente da ANFVEB, Alfredo Duarte apresentou ao público uma carta escrita pelo soldado brasileiro Yeddo Jacob Blauth em que conta à família a perda de parte da perna direita durante o conflito. A epopeia em solo italiano completou 77 anos em 2022. Aos 97, Oudinot Willadino atuou na linha de frente na tomada de Monte Castelo. Ele afirma que o evento é uma justa homenagem aos esforços do Brasil. “Éramos guris, tínhamos 20 anos e nada para deixar de lembrança”, ressalta. “Perdi companheiros lá”, completa.

Ex-professor de História do Colégio Militar de Porto Alegre, o coronel reformado Luiz Ernani Caminha Giorgis explica que as palestras vão abordar as diversas fases do combate na Itália, passando pela montagem da FEB no Brasil até o deslocamento para a Itália. Conforme Giorgis, o objetivo é estimular as pessoas a conhecerem um pouco da história dos combatentes. “É extremamente importante para preservar a memória da FEB”, destaca.

Giorgis lembra quando os combatentes receberam a informação de rendição de uma divisão de infantaria alemã inteira e mais duas divisões italianas em 1945. “O número total era de 20 mil prisioneiros de guerra que preferiram se entregar para nós e não para os norte-americanos e ingleses. Isso porque nós tínhamos coração tamanho de um bonde, então eles preferiam confiar em nós do que nos outros. E assim foi feito”, frisa.


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